domingo, 15 de novembro de 2009

a cadeira vermelha ainda hoje


está vazia. ainda hoje estará vazia. e a espera na alcatifa vermelha. côr mais forte que as melodias que escutava enquanto esperava que vinhas. e não vieste. nem passeaste pela passadeira que te conduzia à cadeira vermelha. vazia. eu vazio. sem nada. eu no chão. sentado a ouvir e a pensar sobre as músicas que ainda não tenho e que espero ter em breve. para que possa deixar de pensar tanto nas coisas que não que não tenho. para que depois das ter pense mais em como lhes tocar, como as vestir, como fazer que sejam mais minhas que nunca. a cadeira ainda hoje estará vazia. eu vazio. a sala cheia. o senhor de óculos que achamos já estar velho tambem lá estava. estava ao longe e mesmo no vazio de luz o conseguia ver. eu vazio. a sala cheia pelo som que saía do piano dele. dos dois pianos dele. um sem ele. outro com ele. o som dos dois. as mãos de um. a cabeça de um. o cérebro de dois ou mais. eu e as pessoas. ele só. um piano e o que lhe ía na cabeça. um senhor. uma senhora atrás de mim. a tua cadeira ficou vazia. nem as cortinas vermelhas que abriram duas vezes e que fizeram que o meu coração batesse mais forte me conseguiram tirar a tristeza de ver a tua cadeira vazia. e o final triste. vazio. e a viagem para o carro, triste, vazia. e o carro vazio. e a cabeça que não conseguia assimilar o que as pessoas assimilaram. eu vazio e a sala cheia, aos poucos a despir.se. o som ainda por ali vagueava. o som e as palmas e os ruidos que as pessoas de oito em oito segundo no máximo proferiam. eu e a cadeira vazia. a tua cadeira vazia. linda, feita para ti. com a tua pele. pronta para o teu cheiro. pronta para a tua forma divinal. pronta para a tua mente. pronta para as tuas mãos que davam a mão a mim. prontas para nós. pronto para nós. a cadeira ainda estará vazia. jamais servirá alguem da mesma forma que poderia servir.te a ti. a nós. a cadeira vazia a música por ali. e saí. aos poucos fui saindo da sala. aos poucos. a musica alta nos meus ouvidos, as músicas que ainda não tenho e a cabeça que não consegue sair daí. aos poucos fui saindo dali. de mim e de ti, e das músicas que não escutámos juntos e que não podemos colocar no nosso mundo... e a tristeza de deixar.te para trás. em frente nuno. en frente nuno. em frente e não deixes de aprender como que deixas para trás, para que não haja mais uma cadeira vazia. uma sequer. a minha cadeira vazia. fora dali, ainda o belo das notas ecoavam e parti para aquilo que sou eu, eu e aquilo que penso vir a ser. e as memórias. Hoje quis o destino que te encontrasse de novo. bemvindo nuno, este é o nuno. quis o destino que não nos deixasse longe. longe de mim a cadeira está vazia e a euforia invade.me. euforia. eufórico. quis o destino que olhasse para ti olhos nos olhos. como sempre pensei que um dia pudesse. a cadeira ainda é a tua cadeira. mas está vazia. os teus olhos são lindos. enigmáticos. tem o mundo a seus pés e os olhos sabem disso. a cadeira vazia. o cérebro descansa com tudo aquilo que hoje tinhamos para viver. quis o destino que hoje te visse numa altura onde não me via a mim. euforia. eufórico. pronto para ti. os olhos nos olhos não mentem. ali nas paredes de desejos antigos deixei a euforia de lado. eu e eu sou mais forte que mil tus. eu e mais eu. eu confio.te um olhar poderoso, fixo, eufórico. quis o destino que um dia destes se volte a repeitr, mas desta vez que o destino não me dê uma cadeia vazia. S.O.S nuno. eu e tu somos mais fortes que tudo.