terça-feira, 31 de agosto de 2010

o tecto branco. . .


...que agora se torna demasiado escuro. e as voltas na cama deixam de ser voltas. só os olhos olham em volta. aqui estamos de volta ao teu mundo, aquele que nem tu decides qual é. quem és? o que queres ser quando fores grande? e se nunca cresceres mais que isto? como farás? e se a vida que vives for já demasiada vida para aquilo que sempre pensaste ter? a minha vida é longa, tem mil histórias e mais de mil emoções. mais de mil sensações, bom isto de teres vivido. às voltas na cama penso como começaria um texto se agora o começasse? - o tecto branco que agora se torna demasiado escuro...- e então decidi levantar.me da cama para isso escrever, isso e aquilo que surgirá depois.. aqui tudo está calmo. apenas a tua cabeça anda à roda. não é por nada de especial, apenas duvidas, incertezas, branco ou negro. côr ou preto e branco. o que te chateia não conseguires decidir. . . tu que sempre soubeste tão bem os caminhos mais certos. hoje tudo custa mais. a pressão de estar preso à incerteza, a crueldade da decisão indefinida. branco ou negro. preto e branco ou a cores. a vida tal como a imaginaste? e depois faz tudo ao contrário, desfrutas de ti mesmo sempre que podes. das-te a todos sempre que podes e o melhor que podes. vives para todos o mais que consegues e depois, aqui terminas, só. hoje não estou tão só. são só as duvidas que me deslocam os sentidos do tecto. ontem o tecto branco que me invadia a alma e me deixava ver tudo aquilo que queria ver. hoje o mesmo tecto está mais escuro, mais indefinido, mais só. há uma mancha de uma melga à tua esquerda que vai-se defenindo à medida que os teus olhos no escuro melhor veêm. tu e o teu cru golpe que a esmagaram contra a toalha que no chão tinhas. tu e o teu corpo suado e a glória vontade de mudares o teu mundo, tudo isso e a vingança espelhada na força como que soltaste a toalha em direção ao tecto claro, ontem o tecto claro, hoje os vestigios da tua dor e raiva espelhados num resto morto de um corpo de melga... ao fundo os ruidos de quem não tem mais nada que fazer que andar de mota a grande velocidade. se ao menos isso me enchesse a alma agora. acelaria o mais que pudesse rumo à ponte e depois ao sul e depois ao mar, e depois ao sul e voltava ao mar e depois ao norte e terminaria aqui de novo. o tecto branco que agora me parece mais escuro começa mesmo assim a clarear. começa o dia. aqui começa o teu dia, aqui acaba o teu descanso. não me canso de dizer, estou cansado.. aqui começa uma vida, aqui começa um sonho. aqui acabas. aqui e agora, outra vez, uma e outra vez. não me canso de dizer, estou cansado. aqui e agora, outra vez.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

a água que me escorre pela cara.


a água que me cai pela cara. a água quente que me escorre e me faz acreditar que já passou. tudo passa por algo. todos somos parte de algo. a água quente que me escorre pela cara e me lava a alma. alma lavada. e as lágrimas que se confundem com o quente da água mas que se distinguem pelo sabor salgado. incrivel a maneira como a água que sai do meus olhos se consegue distingir entre tantas outras gotas que caem ferozmente do céu. o meu céu é um chuveiro largo, não demasiado largo. a água que cai do céu faz.me acreditar que já passou. uma vez mais a porta a fechar-se, um adeus amargo e a saída em vão de uma mais valia chamada amor unico. amor unico. amo unicamente uma pessoa. amar do fundo mesmo, daqueles amores que fazem chorar e rir ao mesmo tempo. daqueles amores que nos fazem acordar a meio da noite para olhar ao lado ver se está tudo bem. amor verdadeiro com amor verdadeiro se paga. é essa a equação minima do amor. dou logo recebo. recebo, logo dou. e a água que cai não deixa de ser o puro estado em que me sinto. do alto caio para o chão. e esta minha incerteza de que viver é sempre melhor que deixar de viver. viver-te é sempre melhor que deixar de viver-te. viver-te bem perto de mim. é isso que penso agora. ter.te tão perto, agarrada ao meu corpo, como esta fina camada de água quente que me cobre por completo e que apesar de ser mihares de vezes mais volumosa que as minhas lágrimas não deixo de as sentir. não deixo de estar triste por tudo apostar. não deixo de estar feliz por tudo apostar. uma vida não se perde. uma vida a dois não se ganha, conquista-se. é isso. umas vezes ganhas outras perdes. aos pouco começamos a seguir um caminho, uma luz ao fundo do tunel chamada razão. a minha razão chama.se amor. e por essa mesma razão nao deixo que a água das lágrimas me consuma a alma. não deixo, não tolero, não desisto. nada é mais forte que o destino. quis o destino que eu aqui tivesse debaixo deste chuveiro a pensar a minha vida, sózinho e triste. hoje estou mais triste. amanha se vê.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A vida em quadrados abertos até ao céu. . .


Se amar é rir sem parar e chorar de alegria. então amar és tu. Se amar alguém e fechar os olhos e saber que pensas de igual forma. então amar és tu. Se amar é não lembrar da vid que tinha antes de te conhecer. então amar és tu. Se amar é olhar ao espelho e não imaginar a minha cara, o meu corpo sem que estejas por perto. então amar és tu. Se amar é dizer vezes sem conta que se tudo na vida fosse tão simple como aquilo que sinto. então amar és tu. és tu. só tu.