terça-feira, 4 de novembro de 2008

Quando queremos mesmo mudar as coisas...


...acabamos quase sempre por conseguir. Porque há pessoas que nunca desistem. O dia de hoje é histórico. Por ano vivemos sempre noites históricas. As finais, os óscares, os prémios. Mas hoje vivemos uma noite histórica daquelas que só se vive uma vez na vida. Tal como o 11 de Setembro. São páginas de história. Contudo considero que Bin Laden deve-se roer de inveja de não ter 500.000 pessoas a olhar para ele e a emocionarem-se com o que diz. Talvez uns 100, metade deles agarrados à folha de ópio e outra metade frustrados com aluma coisa que não lhes correu bem na vida. Ser terrorista hoje é bem mais fácil que ser presidente dos Estados Unidos da América, sobretudo se fores de raça negra e com apenas 47 anos. Hoje assisti a dois momentos históricos. daqueles que arrepiam qualquer amante da velha arte sofista. Primeiro o discurso da derrota elevadissimo, distanciando-se, mesmo na derrota, de um G.W.Bush que muitos o comparavam a. O respeito, a elegância e sobretudo a cara de uma senhor que nunca desite. É um exemplo para qualquer jovem. Eu que me considero um jovem adulto emocionai-me ao ponto de cair uma ou outra lágrima. Porque acredito ainda que a unica forma de continuar a sonhar é precisamente nunca desistir. Fazer tudo o que me rodeia e aquilo que posso realmente fazer. É um exemplo também para qualquer menos jovem. Hoje em dia é tão importante saber perder. Saber dar a cara mesmo que frustrado. Mesmo que os objectivos pessoais não sejam conseguidos, há sempre uma outra porta, aquela de dar a cara, assumir erros e dizer todos os dias durante algum tempo, perdi. vou ter de fazer melhor ou de conviver melhor com a derrota. O discurso de John Mcain foi um hino e uma especial ajuda áqueles que todos os dias acordam e se olham ao espelho com o dilema tremendo de não terem conseguido....


Depois há aqueles que como o meu irmão me diz, são o 1% que conseguem. Barack Obama. Ele é outra coisa. É mais sereno, olha mais calmo, é duro ao mesmo tempo que usa palavras ternas. E depois tem um tom crescente e os discursos dele são como concertos, escrupulosamente alinhados, temas atrás de temas, frases que buscam frases. Poesia. é isso. é poesia. é um escritor de canções. não há musica mas tudo parece harmoniosamente construido. e é claro que me emociono. Se do lado da derrota a emoção surge pela intensidade e pela honestidade com que as palavras saem dele. No lado da victória a emoção surge pela grandeza. Obama épico. Obama refrões. E o exemplo da senhora que tem 106 anos e que viu a história a passar-lhe à frente. um género de sermão à boa maneira dos melhores padres. Não há nada de mal nisso. Não há nada de mal na religião que ajuda as pessoas e que diz yes we can. Não há nada mal na victória ou na derrota. be yourself. sê tu mesmo depois o teu caminho vai-se traçando. Daqui a um ano não sei onde estarei. não sei se tenho um disco histórico ou se as canções que eu faço ainda iluminam as cabeças mais pensantes, mas recupero uma parte comum de cada discurso que ouvi hoje. Se ao meu lado tiver a mulher que mais amo jamais me deixarei morrer junto das frustrações das derrotas impostas pelas circunstâncias. Se estiveres ao meu lado o mundo é mais simples para mim. fica comigo para sempre....

domingo, 2 de novembro de 2008

se os teus olhos fossem de todos...


...entäo tudo seria mais fácil... as vidas nomais que se vivem aos domingos. é só deixar-me levar e olhar as vidas comuns. tal como fiz hoje... na fila do starbucks. ao fundo olhava a mulher mais bonita do mundo, ao perto as vidas comuns que convivem cada um com a sua história. custa-me diluir-me com essas vidas. custa-me olhar e perceber que muitas das vidas, talvez a maioria säo vazias, sem vida ou com a vida demasiado negra. a vida custa hoje mais que nunca. o país está triste e sem côr. tudo custa. tudo é dificil, tudo parece impossivel. estou mesmo farto da crise e do pó que nos invade quase a todos. estou farto do discurso que isto está a melhorar. e depois só vejo pessoas más a fazer pior politica dia após dia e a serem criticados por criticos ainda piores. sou ridiculo logo gozo com os ridiculos. que se lixe a crise. que se lixem os pseudo escritores ou argumentistas ou criativos ou pura e simplesmente jornalistas. todos puxam a sua carroça. todos puxam a sua vida. näo olho a meios para chegar ao meu fim que acaba por ser hoje mesmo, no dia em que tomo esta decisäo... näo confio nem me revejo na massa cinzenta que rege a critica em portugal. talvez o nome diga tudo...demasiado cinzento. que se foda a crise. se ao menos tudo fosse incrivelmente belo como os olhos da mulher mais bonita do mundo...