quarta-feira, 22 de setembro de 2010

tenho saudades vossas


tenho sim. porque sempre fui o tipico atipico ligado às séries. aquilo que eles me falavam há uma série de anos atrás. eu não ligava, mas sabia que de alguma forma poderia ligar. e liguei, e liguei-me por completo. não queria piratas porque para piratas já chegavam os da ilha, ou uma espécie disso. queria tudo bonito, oficial, com boa imagem, melhor som. fui-me deixando entrar. na maneira soberba como está pensada e realizada e interpretada. ontem que terminei, tenho saudades. fez parte da minha vida durante muito tempo. horas atrás de horas que no mesmo sofá, sempre no mesmo sofá, sempre contigo ao meu lado, sempre com as horas atrás de horas a passar. passámos muito tempo juntos. a série e nós. hoje oiço os simples acordes do piano e a simples melodia que diz tanto. uma imagem vale mais que mil palavras, um som vale mais que mil imagens, e é isso que significa uma música de um filme. significar mais que o proprio filme, ou poder viver para além dele. a musica que nos transporta para a dor da perda de um cercano. hoje que terminei, que terminámos, tenho saudades, já tinha dito antes, será porque tenho realmente suadades, já o tinha dito antes duas ou três vezes... porque há coisas que fazem parte de nós. eles são nossos amigos, fazem parte de nós. não quero bastidores, não quero saber que existem para além daquela cara, daquela voz, daqueles olhos. tudo genialmente escrito, pensado, actualizado, retratado, pesquisado. um trabalho notável. uma experiência notável. lost é mais que uma série, é algo mais sério, é o vazio de muitas vidas que apesar de estarem cheias de vida, cheias de vidas continuam ocas, vazias, internamente frágeis. lost é mais que uma série, é uma maneira de dizer que nunca se está realmente bem. há sempre algo que não temos, quem sabe que não existe. lost é mais que uma série de tv, é cinema em estado puro. é cinema em 5D, onde todos os sentidos ficam em alerta. lost é mais que uma série, é um puro retrato de quem somos, o que queremos, o que queremos ser e o que podemos ser. lost é uma lição de vida. lost é um sonho. lost é a prova que a realidade está de mão dada com aquilo que nao sabemos ao certo se é ou não real. a música soa ao fundo, as minhas teclas descansam e oiço de novo os acordes mágicos, tão mágicos que quero mesmo deixar de escrever, para que me deixe ser invadido pela música, pela ilha, pelo mar, por tudo o que me deu, nos deu. adeus.

domingo, 19 de setembro de 2010

Mãos ao ar. rendo-me. Foste à guerra? Tiveste medo? rendo-me


a ti e a mim. rendo-me ao que temos. e o que temos é melhor que tudo o que alguma vez quis ter. só pode ser como as belas canções que ouvimos em repeat. aqui dentro de mim não existe vontade de fazer nada, agora nada. depois se vê. aqui não à nada à espera. as letras estão a sair de mim aos poucos, como aquele dia que te dei de beber por um saco de plástico, pequeno, com um ligeiro corte na ponta. assim tal como nos primeiros dias da tua vida, pudeste beber. assim de simples, assim de primitivo, arcaico. aqui estão as minhas forças. a serem aproveitadas para teclar letras um tanto ou quanto com força e sem direção anunciada. as memórias que por aqui andam. as letras saem a conta gotas porque na minha cabeça não há nada nem ninguém que eu queira agradar, apenas descarregar o que sinto. aqui contrario-me. aqui não há musicas de outros nem coisas que queria ter feito. aqui há eu. aqui existo eu. e tu. e ela que chegará pela luz do dia e abraçará em breve os nossos dedos. depois as nossas mãos, braços, costas, corpo. aqui estaremos só os dois, com aquilo que temos, que é melhor do que alguma vez quis ter, sonhei ter. a vida aqui é diferente. não é pior. é diferente. ainda me habituo à lingua, ao que quero fazer. primavera. se algum dia alguem me ler com atenção perceberá que tudo tem data e dia e hora marcada. eu e tu. nós e ela. acredita. agora rendo-me à voz do david sylvian. e quando ouvi isto ao final da tarde a dormir, a deixar que o meu cansaço se apoderasse dos meus olhos. o claro cansaço. o desejo. o corpo a morrer depois de ter explodido. o cheiro da casa pelo verão. aquele verão que não me lembro bem de que ano foi. aí não pensava em nada mais. apenas em mim. hoje penso em tudo, em todos menos em mim. é como se não houvesse eu. o eu somos nós. o eu quer ser mais que um simples corpo, egoista e com fome de vida. vivi. descobri. caí. jºa fui de cool por aí. estou aqui. aqui estás tu. e sempre estarás tu. eu e tu. e ela. e ele que é mais pequeno que ela. e o nosso piano que ainda precisa de ser mais tocado. eu toco-te. hoje é setembro. hoje domingo de setembro, rendo-me a ti. rendo-me a nós.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

o tecto branco. . .


...que agora se torna demasiado escuro. e as voltas na cama deixam de ser voltas. só os olhos olham em volta. aqui estamos de volta ao teu mundo, aquele que nem tu decides qual é. quem és? o que queres ser quando fores grande? e se nunca cresceres mais que isto? como farás? e se a vida que vives for já demasiada vida para aquilo que sempre pensaste ter? a minha vida é longa, tem mil histórias e mais de mil emoções. mais de mil sensações, bom isto de teres vivido. às voltas na cama penso como começaria um texto se agora o começasse? - o tecto branco que agora se torna demasiado escuro...- e então decidi levantar.me da cama para isso escrever, isso e aquilo que surgirá depois.. aqui tudo está calmo. apenas a tua cabeça anda à roda. não é por nada de especial, apenas duvidas, incertezas, branco ou negro. côr ou preto e branco. o que te chateia não conseguires decidir. . . tu que sempre soubeste tão bem os caminhos mais certos. hoje tudo custa mais. a pressão de estar preso à incerteza, a crueldade da decisão indefinida. branco ou negro. preto e branco ou a cores. a vida tal como a imaginaste? e depois faz tudo ao contrário, desfrutas de ti mesmo sempre que podes. das-te a todos sempre que podes e o melhor que podes. vives para todos o mais que consegues e depois, aqui terminas, só. hoje não estou tão só. são só as duvidas que me deslocam os sentidos do tecto. ontem o tecto branco que me invadia a alma e me deixava ver tudo aquilo que queria ver. hoje o mesmo tecto está mais escuro, mais indefinido, mais só. há uma mancha de uma melga à tua esquerda que vai-se defenindo à medida que os teus olhos no escuro melhor veêm. tu e o teu cru golpe que a esmagaram contra a toalha que no chão tinhas. tu e o teu corpo suado e a glória vontade de mudares o teu mundo, tudo isso e a vingança espelhada na força como que soltaste a toalha em direção ao tecto claro, ontem o tecto claro, hoje os vestigios da tua dor e raiva espelhados num resto morto de um corpo de melga... ao fundo os ruidos de quem não tem mais nada que fazer que andar de mota a grande velocidade. se ao menos isso me enchesse a alma agora. acelaria o mais que pudesse rumo à ponte e depois ao sul e depois ao mar, e depois ao sul e voltava ao mar e depois ao norte e terminaria aqui de novo. o tecto branco que agora me parece mais escuro começa mesmo assim a clarear. começa o dia. aqui começa o teu dia, aqui acaba o teu descanso. não me canso de dizer, estou cansado.. aqui começa uma vida, aqui começa um sonho. aqui acabas. aqui e agora, outra vez, uma e outra vez. não me canso de dizer, estou cansado. aqui e agora, outra vez.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

a água que me escorre pela cara.


a água que me cai pela cara. a água quente que me escorre e me faz acreditar que já passou. tudo passa por algo. todos somos parte de algo. a água quente que me escorre pela cara e me lava a alma. alma lavada. e as lágrimas que se confundem com o quente da água mas que se distinguem pelo sabor salgado. incrivel a maneira como a água que sai do meus olhos se consegue distingir entre tantas outras gotas que caem ferozmente do céu. o meu céu é um chuveiro largo, não demasiado largo. a água que cai do céu faz.me acreditar que já passou. uma vez mais a porta a fechar-se, um adeus amargo e a saída em vão de uma mais valia chamada amor unico. amor unico. amo unicamente uma pessoa. amar do fundo mesmo, daqueles amores que fazem chorar e rir ao mesmo tempo. daqueles amores que nos fazem acordar a meio da noite para olhar ao lado ver se está tudo bem. amor verdadeiro com amor verdadeiro se paga. é essa a equação minima do amor. dou logo recebo. recebo, logo dou. e a água que cai não deixa de ser o puro estado em que me sinto. do alto caio para o chão. e esta minha incerteza de que viver é sempre melhor que deixar de viver. viver-te é sempre melhor que deixar de viver-te. viver-te bem perto de mim. é isso que penso agora. ter.te tão perto, agarrada ao meu corpo, como esta fina camada de água quente que me cobre por completo e que apesar de ser mihares de vezes mais volumosa que as minhas lágrimas não deixo de as sentir. não deixo de estar triste por tudo apostar. não deixo de estar feliz por tudo apostar. uma vida não se perde. uma vida a dois não se ganha, conquista-se. é isso. umas vezes ganhas outras perdes. aos pouco começamos a seguir um caminho, uma luz ao fundo do tunel chamada razão. a minha razão chama.se amor. e por essa mesma razão nao deixo que a água das lágrimas me consuma a alma. não deixo, não tolero, não desisto. nada é mais forte que o destino. quis o destino que eu aqui tivesse debaixo deste chuveiro a pensar a minha vida, sózinho e triste. hoje estou mais triste. amanha se vê.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A vida em quadrados abertos até ao céu. . .


Se amar é rir sem parar e chorar de alegria. então amar és tu. Se amar alguém e fechar os olhos e saber que pensas de igual forma. então amar és tu. Se amar é não lembrar da vid que tinha antes de te conhecer. então amar és tu. Se amar é olhar ao espelho e não imaginar a minha cara, o meu corpo sem que estejas por perto. então amar és tu. Se amar é dizer vezes sem conta que se tudo na vida fosse tão simple como aquilo que sinto. então amar és tu. és tu. só tu.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

enquanto dormes


aqui mesmo ao lado. no sitio mais cómodo do planeta. onde não corre o vento e o sol se protege em mil almofadas. aqui ao lado não há sons irrequietos, só o som das teclas e o teu respirar, profundo, limpo, lindo. eu e tu somos isto, um mar calmo, sem grandes movimentos, forte, azul e às vezes removido pelo frio cortante que nos faz sentir o corpo melhor. o nosso corpo junto é mil vezes melhor, o amor. se tivesse que escolher um ninho era este. tu aí, deitada em todo o teu esplendor. tu e só tu e tudo o que representas me faz ficar quieto a ouvir o teu respirar. pensar que pude viver um dia sem te ter perto. . . .

terça-feira, 6 de julho de 2010

o final de um sonho com nome de final....

a mesma musica 4 anos mais tarde. . . Uma senhora de uma certa idade. Se há quatro anos estavas no carro a caminho do Norte, buscandoo teu norte numa fila de carros, com uma alma que não querias ter mas que dava o trabalho certo e não fazia muitas perguntas... um senhora de uma certa idade. Hoje aqui estás de novo, a senhora linda continua com uma certa idade. Hoje aqui estás de novo. A senhora linda continua com uma certa idade e os teus lamentos seguem aqui. O zero deixa sempre uma impressão de que podias ter feito mais. A cabeça no chão, as mãos suadas, a tristeza quase impensável e mortal do regresso. o regresso. o triste regresso. o impensável e triste regresso. Voltas para a mesma casa, aquela que é mas não é tua. Voltas para a tua mulher que será sempre a tua mulher, desta vez com mil perguntas, mil respostas, dez mil insinuações e tres mil desejos. serás sempre tu. A senhora tem uma certa idade mas mesmo assim dá-te o ombro que precisas, limpa-te as lágrimas que correm, lambe-te as feridas. Desta vez não foi só o zero contra o um, foi a vida nova que terminou agora e o inicio da tua vida real, aquela que tens de ser tu e só tu e apenas e só uma escolha, a tua, a nossa. A vida, a tua, tem já uma certa idade, cá estará para te abraçar, limpar as lágrimas que correm e já agora, dizer-te ao ouvido que lá fora há sempre tanta beleza por descobrir.

a lady of a certain age - the divine comedy.

terça-feira, 22 de junho de 2010

é por ti...


Algo me fez regressar aqui. alguns meses depois, depois de ter-me esgotado no piano e nas musicas que aí chegarão... as músicas que nao me saem da cabeça que nao sei ainda de quem são, que não sei ainda para quem serão mas que sei desde o inicio por causa de quem são... és tu e ela. ela e tu. são as duas. vocês as duas. uma sem a outra uma com a outra. és tu sobretudo que carregas o amor dentro de ti. és tu, é por ti que as notas saem dos dedos e a cabeça gira a mil. és tu. são voces. é por ti que me deito com a cabeça cheia de coisas e me levanto com mais informação ainda. é por ti que lutarei sempre desde o primeiro dia que te vi. é por ti sempre. é apenas por ti. sabes o que é o amor? és tu. são voces.

one day you will dance this song with me

sexta-feira, 12 de março de 2010

as memórias são . . .

o método é quase sempre o mesmo. as canções certas no momento certo, ou para o momento certo. . . as memórias. os gostos....gosto de Skip para a roupa porque sempre me lembro desse logotipo na minha infância. gosto de leite Ucal porque me lembro do vizinho, porque assim sempre o chamámos, (mesmo na hora da morte demasiado rápida) - chamado Diamantino - a abrir-me uma garrafa para mim e para o meu irmão... e gosto dos Pixies porque me lembro dos ouvir em alto volume a caminho do treino. era tão novo. escrevo com os Cure porque eles estão sempre aqui, a abrir-me as portas, a abrir-me o meu passado e a clarificar o meu futuro. o que é não ter plano. o que é nuno? como é sentires isso pela primeria vez - sem plano.... como é ouvires as 11 canções que tens e que sempre sonhaste ter e saber a pouco? como é o nuno? quem são os teus cure? são a cassete que ouvi sem parar a caminho de Benidorm numa viagem infinita de autocarro por altura de uma Páscoa qualquer. e o teu walkman dava-te o mundo novo. de um lado o Disintegration, do outro o outro... aquele que tem nome largo e que tem a melhor melodia do mundo... sinking........ afundo-me aqui. com as memórias e gostos e desejos e sonhos. afundo-me aqui mesmo ao lado do leito onde descansa a sereia das sereias. sabes o que é o amor? é chamar-te sereia... e aqui soa de novo a voz impura daquele que me faz ser aquilo que sou. sou músico porque um dia ouvi os cure. não sou professor de educação fisica porque um dia ouvi os cure. é tão simples como isso. e quem sou? sou um mero espectador. vivo longe daquilo que sou eu. . . hoje olho-me e sei que já vivi tanto. sou tanto. serei mais ainda, mas já vivi tanto... e tu que dormes e que te quero contar tudo o que fui antes de ti. sabes o que fui antes de ti? um explorador do riso. queria-me rir. queria-me saber melhor. explorador daquilo que vivi. sem objectivos. eu e aquilo que pensava em fracções de segundos. sabes o que fui antes de ti? o eterno buscador da felicidade. sabes o que era antes dos cure? era eu. igual a hoje, mas mais novo......... os métodos mantem-se. hoje tenho as cassetes longe, tenho dinheiro para cumprir o sonho de comprar todos os discos dos cure, em vinil de preferència e sabes o que faço? espero que aqueles que comprei uma vez em lisboa e que ficaram no carro do pai do Diogo apareçam- esses sim tinham valor... ter 14 anos e ir a lisboa com o dinheiro poupado das sandes dos almoços que não comi só para poder chegar lá, aquela loja que se chamava Carbono e que era a Meca de quem ouvia os alternativos. esses sim são os meus discos. o carro chegou a Alcobaça, eu cansado esqueci-me dos discos. . . fiquei com o poster dos Joy Division. os discos ficaram para sempre. o carro foi vendido e eu vendi a hipotese de hoje poder dizer que aqueles foram os meus melhores discos. as memórias continuam. um dia continuo.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

"The unknown distance to the great beyond
Stares back at my grieving frame
To cast my shadow by the holy sun
My spirit moans with a sacred pain
And it's quiet now
The universe is standing still
There's nothing I can say
There's nothing we can do now
There's nothing I can say
There's nothing we can do now
And all that stands between the souls release ?
This temporary flesh and bone
We know that it's over now
I feel my faded mind begin to roam
Every time you fall
And every time you try
Every foolish dream
And every compromise
Every word you spoke
And everything you said
Everything you left me, rambles in my head
There's nothing I can say
There's nothing I can do now
There's nothing I can say
There's nothing I can do now
Up above the world so high
And everything you loved
And every time you try
Everybody's watching
Everybody cry
Stay, don't leave me
The stars can't for your sign
Don't signal now
And there's nothing I can say
There's nothing I can do now
There's nothing I can say
There's nothing we can do now
Goodnight, travel well
Goodnight, travel well
And there's nothing I can say
There's nothing I can do now"

a isto se chama uma grande canção.

the killers - goodnight travel well

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

tenho uma granada de amor


Tenho um granada de amor ... pronta para usar. tenho uma granada de amor da qual não quero abrir mão. Não a quero fazer explodir. Quero que cresca mais e mais, sem que consigamos nunca viver uma real explosão. Tenho uma granada dentro de mim. sensivel, que quer crescer, ganhar mais força. Temos uma granada de amor que nunca se deixará cair ao chão. tens uma granada de amor dentro de ti. mais dentro de ti que nunca. mais perto de ti que nunca. desde que soube desta granada dentro de mim durmo melhor, acordo mais cedo, rio.me sózinho, emociono.me de pensar que tenho um amor assim. não temo nada. não temas nada. mágico. é mágico. és uma magia boa que entrou em mim e que me resolveu tudo. tenho um granada de amor que jamais quero que rebente. eu e tu. não tememos nada. não temo nada... nada porque quando se vive isto só se pode perceber que vale tudo a pena. vale sempre a pena fechar a mão e dizer-te olhos nos olhos ou ao ouvido que tenho uma granada de amor e que nunca mesmo nunca quero que rebente. eu e tu sem gatilhos. nós sempre juntos.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Em qualquer parte do mundo, uma grande canção...

Ella se desliza y me atropella
y, aunque a veces no me importe,
sé que el día que la pierda volveré a sufrir
por ella, que aparece y que se esconde,
que se marcha y que se queda,
que es pregunta y es respuesta
que es mi oscuridad, mi estrella.

Ella me peina el alma y me la enreda
va conmigo pero no sé dónde va
mi rival, mi compañera, que está tan dentro de mi vida
y, a la vez, está tan fuera, sé que volveré a
perderme y la encontraré de nuevo
pero con otro rostro y otro nombre diferente y otro
cuerpo pero sigue siendo ella, que otra vez me lleva,
nunca me responde si, al girar la rueda...

Ella se hace fría y se hace eterna
un suspiro en la tormenta, a la que tantas veces le
cambió la voz gente que va y que viene y siempre es ella
que me miente y me lo niega, que me olvida y me recuerda
pero, si mi boca se equivoca
pero, si mi boca se equivoca
y al llamarla nombro a otra
a veces siente compasión por este loco, ciego y loco
corazón

Sea lo que quiera Dios que sea
mi delito es la torpeza de ignorar que hay quien no
tiene corazón
y va quemando, va quemándome y me quema y, ¿ si fuera ella?

Ella me peina el alma y me la enreda;
van conmigo ...digo yo.
Mi rival, mi compañera; esa es ella.
Pero me cuesta, cuando otro adiós se ve tan cerca.
Y, la perderé de nuevo. Y outra vez preguntaré,
mientras se va y, no habrá respuesta.
Y, sie esa que se aleja...
La que estoy perdiend...
Y, ¿ si esa era? ¿ si fuera ella?

Sea lo que quiera Dios que sea
mi delito es la torpeza de ignorar que hay quien no
tiene corazón y va quemando, va quemándome y me quema
y, ¿ si fuera ella?

... a veces siente compasión por este loco, ciego y
loco corazón ¿era? ¿quién me dice si era ella?
y, si la vida es una rueda y va girando y nadie sabe
cuándo tiene que saltar
y la miro... y, ¿si fuera ella? y, ¿si fuera ella?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

o interior coração doce. . .


...fazes 27. ele faria 60. Hoje, só hoje me apercebi que já não estavas por ali. por aquele estúdio por aquela casa. por aquelas vidas. pelas nossas vidas. de todos. todos somos muitos. a voz que eu às vezes não entendia tinha olhos que explicavam tudo... e isso é o melhor. "o interior coração doce" como a Ana hoje dizia. Um grande homem. Uma grande mulher. uma luz que não se apaga nunca e que todos hoje não deixaram uma vez mais que deixasse de nos iluminar. quero todos os anos que seja assim. exijo que seja assim. simples, com piano dificil de carregar mas que soou gigante, com cerveja que acaba e champanhe que acompanha às lágrimas e com bolos doces e com salgados que invariavelmente duram menos que os doces. era um doce coração. era uma voz salgada e uma alma com sabor a mundo. um ouvido que sabia ouvir o mundo e opinar sobre o mundo sem ferir desnecessariamente o mundo menos bonito... e todo o mundo o devia escutar. hoje percebi que tinhas morrido. só hoje percebi e confesso que fiquei em pânico. minutos antes de sair do carro já me começava a surgir na cabeça uma ideia triste de ir celebrar os teus anos. afinal havias morrido há tão pouco.... mas eu ainda não me tinha dado conta que morrer é apenas não estar ali. porque saí do carro com a nítida sensação que estavas por ali. de calças de ganga e camisa arregaçada e com a Ana por perto. A Ana vestia de preto e aí percebi. falta ele. faltas tu. faltas tanto tu. porque as canções ficam, as vozes também, os salgados invariavelmente acabam primeiro, os doces guardam-se para o fim e o mundo aplaude a tua presença. não estás aqui mas que saibas que fico muito triste por tudo, porque não te posso explicar o novo disco que já tenho na cabeça, nem te posso tocar numa versão só tua uma música linda que escrevi para a minha avó. e porque não podemos já rir e ouvir música com ouvidos do tamanho do mundo. hoje percebi que tinhas morrido. hoje percebi que ainda vives. com amor

PARABÊNS porque mereces o mundo....


mas assim um mundo grande. com muitas cores e coisas boas e pessoas que não nos fazem mal e fotos que nos saem quando nos esforçamos e acreditamos em nós. Acreditar. Acreditar. A - cre - di - tar - poderá ser esta a palavra que te desejo para este ano. para todos estes anos que se seguem. km 0. o dia de amanhã será melhor que hoje e assim acreditamos sempre um pouco mais. Sorri. Sorri sempre que possas. depois de acreditares o sorriso sai sem que dês conta. sem dares conta fecha os olhos e pede um desejo, ao lado estarei a dar-te a mão. amor de mim para ti. eternamente eu.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

a c r e d i t a e m t i


acreditar. eu acredito. mesmo com as horas que não consigo dormir. mesmo sem as certezas que queria ter. mesmo sem os teus olhos por perto. mesmo sem os sorrisos. mesmo com algumas lágrimas que não escorrem pela cara abaixo. nós. eu e tu. será assim tão dificil perceber que a vida é melhor que aquilo que alguma vez planeamos.

domingo, 3 de janeiro de 2010

e agora...


que te lembras dos dez anos que passaram....

Começou com uma noite no mosteiro. a pressa de chegar a casa antes que fosse muito tarde. comprei uma camisola numa loja em leiria. a rádio falava nos perigos dos computadores virarem o mundo a zeros e zeros e mais zeros.... no mosteiro estávamos todos. bom ano sónia, bom ano john, bom ano miguel. estávamos todos os outros, bom ano pedro, bom ano diogo, bom ano a todos... a noite foi igual a todas as outras. terminou cedo. o ritual de sempre. tinha tanto mundo na minha cabeça. tantas coisas que queria ter. tantas coisas que queria ver. num ápice... tudo se passou demasiado rápido. aquilo que vivi passou.se sem dar por nada. não dei por nada quando fiz músicas e discos e toquei cada vez para mais pessoas. não dei por nada quando fomos na aventura de ir para fora com o seguro de vida cá dentro. não dei por nada quando cheguei a londres pela primeira vez e trazia as saudades de não ter certezas de nada. não dei por nada quando chorei pelos amores que fui perdendo e pelos sorrisos dos amores que ía ganhando. não dei por nada. não me lembro já dos nomes do todas as pessoas que privei a minha intimidade. não me lembro da primeira vez que sorri por estar só de novo. não me lembro do que sofri por estar arrependido de ter feito as coisas mal. não me lembro do mar novo que conheci, das noites que dancei, das tardes que não tinha ainda dormido, nem das manhas que queria deixar de dormir. não me lembro dos golos que podiamos ter marcado. não me lembro de ter jogado. de ter ganho e perdido. não me lembro já como foi. como foi. como fiz. como falei. com quem falei. o que foram estes anos todos. o que foi isto de deixar passar o tempo sem me dar conta que ontem já lá está tão ao longe e mesmo assim ainda ontem, hoje o vivi. o tempo. lembro-me do tempo que passei a pensar. lembro-me do que podia ter feito. lembro-me de ter saltado pela janela uma vez. lembro-me de rir quando estive perto do perigo. lembro-me de ter tido medo. lembro.me de ter aberto o clinic. lembro-me de não hesitar em fechar o clinic. lembro-me do dia que te conheci. lembro-me do dia que te vi de novo e que não deixei mais de te querer ver mais. e saber que depois de ti não queria que existisse mais nada. depois de ti não quero mais nada. depos de ti nada mais quero. não me lembro de não querer mais. lembro-me de abrir a verniz. de deixar de acreditar em mim e depois rapidamente perceber que me arrependia de não acreditar ainda mais um pouco. lembro-me de chorar muito e rir pouco. não me lembro de rir com gosto. há quanto tempo não me rio com gosto. não me lembro. lembro.me dos desejos de ter mais e não lutar por mais nada. lembro-me do dia que vi o Lost In Translation. lembro-me do Moulin Rouge e de chorar. lembro-me de terminar a escola e saber que a minha vida começava ali. lembro-me de sair de casa uma série de vezes e querer ter uma casa só para mim. lembro-me da alegria que tenho sempre que jogo à bola. lembro-me acreditar que podiamos ser ouvidos pelo mundo. lembro-me de me respeitarem aqui dentro. lembro-me de deixar de ser pequeno logo deixar de ser respeitado. lembro-me de querer viver em londres. lembro-me de tudo. lembro-me de ouvir de novo o disco dos National e perceber que tinhas razão. lembro-me de chorar em barcelona com o concerto mais bonito que a bjork fez na vida. lembro-me de ter falado com ela em londres e não perceber como se podia ter tanta luz. lembro-me de acordar motivado. lembro-me de estar apaixonado umas quantas vezes e de repente querer fugir de tudo outra vez para que se possa repetir a sensação do inicio. lembro-me de tudo. hoje começo de novo. estou aqui. e agora que vais fazer para que te lembres de tudo?