segunda-feira, 20 de maio de 2013

onde estará. com quem falará. que pensará. que realmente fará. por que ruas passará. com quem privará. com quem sonhará. quem se ri com ela. por onde andará. porque nunca está? por onde andará. que passeios pisará. que musicas partilhará. que cenas de filme repitirá. o silencio que sigificará.... quem será. o que será. como será. o que lhe fará.....

como se escreve desisto em todas as linguas?

quinta-feira, 9 de maio de 2013




 desculpa se não estou hoje e amanhã. desculpa se hoje pensaste em mim em vão. desculpa se hoje adormeceste com a amarga sensação de já não estar aí ao teu lado. desculpa se não sou aquilo que querias que fosse ainda que acredite que sou tudo para ti. desculpa-me por não poder trazer-te comigo. não tenho duvidas que irias desfrutar muito e sem duvida que mais tarde ou mais cedo acabarias por valorizar esta vida que levo. desculpa chorar quando vejo os teus videos. como te disse na semana passada o papá não é autoridade. o papá é a a fragilidade. desculpa ser assim. frágil como não quero ser e duro como nunca fui. desculpa olhar sem parar para a tua cara quando me pediste para fazer uma casa no escritorio da mama e eu nao liguei nenhuma porque a minha cabeça estava quente de pensar coisas más. e a tua casa que não se construiu. e tu a olhares para mim. só os teus olhos acima do vidro da porta. desculpa não ter brincado contigo e de ter ralhado por não quereres comer. desculpa não ter ficado mais tempo. desculpa não ter dado tudo o que podia ter dado. desculpa não estar hoje, mas sei que amanhã vais orgulhar-te mais ainda do que não fiz. sabes que o que não faço aí agora é tambem por ti. porque acreditarei que não me perdoarás se um dia te disser que deixei de fazer por tua culpa. já deixei de fazer muitas coisas por culpa de outros e hoje sinto que foi o pior que fiz na minha vida. o amor incondicional é feio quando chega ao fim pois sentimo-nos vazios. desculpa ampliar a tua foto. desculpa ser quem sou mas o que de melhor tenho é precisamente ser quem sou. 
sou especial. porque te tenho a ti, porque sempre te quis ter pois sabia que tu jamais me cobrarias o meu silêncio, a minha ausência e sabia que te ías orgulhar das letras que te escrevo e não as irás por em causa pois sabes que são pra ti, porque sabes que eu nao minto naquilo que escrevo. minto-me todos os dias porque acredito... mas a escrever não.... desculpa ser quem sou. mas sei que me amas tanto por eu ser quem sou. sabes o que é ser bom? é não ter duvidas de ajudar. é nao suportar ferir. é não suportar a igualdade só porque sim. é não ser mais do que quero ser. é ser aquilo que sou. humano. pele. osso. raiva. amor. beijos. olhos. toque. cheiro. pele. a minha e a tua são a unica coisa que me reveste. amo.te e isso é a unica certeza que a vida me deu. por ti nunca desistirei de mim e isso é a melhor declaração de amor que te posso oferecer. de mim para ti, nunca deixarei de ser eu....



O Brasil interior é diferente do Brasil exterior. e fico-me por aqui sobre o País por onde ando. os concertos cada vez melhores. a minha familia é esta. ligo para casa. o telefone desligado. desligo-me do oceano que nos separa. está calor e as viagens são longas. a meio caminho tiro fotos e venço o tédio e limpo a alma com frames de segundo captados por um telefone. depois invento estéticas. 

estética = sentimento ( onde é que eu já li isto?)


o telefone desligado. almoçamos sempre tarde pelas viagens. hoje vi uma menina numa mesa com a mãe que era bonita e com duas senhoras mais velhas. a menina era o centro. por momentos era a minha Mia que lá estava. a mãe era bonita. a menina mais porque sem querer ter, parece que havia proximidade. o telefone estava desligado e isso dói mais que tudo. mais um dia e menos um dia para o regresso. não quero o regresso. não quero passado. quero futuro. quero telefone ligado só pra dizer que amo. só pra ouvir um sussurro ou um sorriso. detesto escrever mensagens. se pudesse destruia todo esse tipo de comunicação. 
comum
comun
comunicação.

o telefone estava desligado não sei bem porquê. fora do lugar. ou a ausência de preocupação em colocar tudo no sitio. . . nem quero saber. sei que a minha familia toca de sorriso rasgado e ouve sempre o que tenho para dizer. abraça-me com gosto e tem orgulho no mau Nuno da mesma forma que conforta o bom Nuno. o telefone estava desligado porque não importa mais estar ligado. se pudesse matava e destruia até ao ultimo chip as mensagens e os whats up. a minha familia toca comigo as minhas musicas e acredita nas minhas letras. sente-se identificado e tem orgulho nelas . a minha familia nunca me nega nada. vive pra mim e para comigo. a minha familia toca as minhas notas e sorri com elas. a minha familia sabe o que eu valho e isso é o melhor que tenho, valer muito. valer muito é ter muitos valores. valores. é isso. 
o telefone está desigado. valores ou a falta deles. é isso.


craig armstrong (balcony scene )

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O que fazer quando tudo corre mal. o que fazer quando passas um dia deitado numa cama longe de tudo aquilo que gostas. o que fazer quando a cabeça apenas se ocupa de afundar ainda mais a condição peculiar de passar um dia inteiro numa cama. 
afundo-me
a
fundo....

não mereço desprezo.
ninguem me despreza.
não mereço desprezo.

o que fazer quando tudo corre mal.  e a solução é afundar ainda mais a péssima condição de não fazer nada durante algumas horas seguidas. 

des

cul
pa
me

culpa-me.

mandar tudo à merda. ir para uma ilha e deixar que a vida passe por mim. hoje aqui ao longe vejo o fim do filme. com as cenas, os bloopers, as cenas repetidas, os momentos de humor e os de choro. drama
drama
drama queen.
que se foda o drama e o teatro e as merdas de amigos que tens e as merdas de textos e as merdas adolescentes. manda tudo à merda. 
dizer asneiras é uma forma tão poética de ser violentamente cruel.  culpa.me.
te dejo.
des
culpa-me

saí do quarto. esperei pela minha vez. corre meia hora. corre meia hora e faz alguma coisa por ti. 
há uns anos atrás, no inicio do filme, momentos antes de começar a verdadeira história começava o romance... fui correr 10 km com a motivação e a falta de sono de uma noite tão bem passada por terras de Madrid. as imagens, o cheiro que ainda tinha no meu corpo motivavam-me a não parar. a chegar ao fim, quanto mais não fosse para no final dizer-te que consegui chegar ao fim. e deixar que o suor saísse pelos meus poros alimentados pelo teu cheiro que felizmente ainda estava em mim. 
corri e nas alturas que não aguentava mais, lembrava-me do vestido vermelho e do sorriso. e do lábio molhado pelo calor de nós os dois. eu e tu juntos não eramos dois. eramos todos aqueles que nunca tinhamos tinho. eu e tu não eramos um e o outro. era o mundo inteiro a rir. 
cheguei ao fim . porque me motivavas. porque me lembrava da flor que colocavas no cabelo. sempre. sempre. tu e a flor eram um só. o teu cheiro. o vestido. a flor. . . . e o sorriso e os olhos de bondade e confiança. os olhos. onde andarão....

saí do quarto. esperei pela minha vez. corre meia hora e tudo esquecerás. 
hoje decidi alimentar-me de ti. de novo. a raiva de não consegir fazer nada. a raiva de chegar ao fim do filme sem ter conseguido perceber ao certo porque terminou. 
faz alguma coisa. faz.
desiste de tudo menos de ti. quanto mais não seja pela felicidade de te diexares alimentar pela raiva que sentes, das horas sem dormir, da ansiedade que faz bater o coração mais forte do que qualquer droga. 
viciado em dormir pouco. 

culpa-me.
culpo.te
des
cul
po
te
começo a gritar e a passadeira que nao pára e o espelho que vejo com um corpo vivo. a unica coisa que tenho viva em mim é o meu corpo. sua, sem cheiro vindo de ti. sem imagem dos lábios molhados. sem a flor no cabelo lindo. sem o vestido vermelho. grito mais... cada grito que dou garante-me pelo menos um ou dois km a mais. chegarei aos 10. para que este dia não seja dos piores da tua vida. para que te sintas vivo, um pouco mais vivo que o teu corpo. 
culpo-te, por isso, corro mais. 
run run run away.
fugia. fugir daquilo que me faz deixar aterrado numa cama de molas e com pequena dimensão...cama pequena com vista para uma parede de cimento, cor de cimento. o cimento cor de cimento é o fim da escala do tédio. 
tenho raiva logo corro mais. 

don´t go away. don´t go away.

te dejo - desculpa-me
te dejo - desculpa-me
te amo. culpa-me.

e as ilhas e as noites e os sorrisos e o nosso amigo de ibiza que nao sabemos como se chama e o carro verde pistacho e a certeza nos olhos que somos um do outro e madrid e a mudança de casa e montecarmelo e a opera e a musica e o piano e as lágrimas pelo piano e as letras e os discos e os filmes e o lost e a mia e alcobaça e a casa azul e a cozinha e a cozinha da mia e a flor vermelha que deve ainda estar em algum lado e as viagens de carro e o disco que te prometi e dizer-te que não te faço uma musica apenas por ti faço um disco inteiro e as lagrimas e tu morta no chão e tu morta na cama e eu morto de medo e o sofá vermelho e a parede de lisboa em espelho que nunca ficou bonita e a tv de lisboa e os filmes e as noites e o salmão e o melhor bocadillo do mundo que comia com amor e não querer sair de casa e os sacrificios e mudar de cidade e deixar de fazer o que gostava de fazer pois gostava mais de fazer coisas contigo e comer no chão e rir sobre as pessoas da tv e os senhores do canal de economia que pareciam bonecos e as tuas fotos e a tua escola de fotos que começava de manha e que depois te buscava pela tarde e no meio dormia no carro e o romeu e a carpete que tentei limpar e que estraguei e a comida do restaurante chines e os donnuts de chocolate e vigo e meder e eu e tu de joelhos no chao da casa de madrid a chorar porque sabiamos que nao estavamos a conseguir e a mia a dançar e tu a filmar e a mia a dizer ham ham a um indio da amazonia e tu a dares-me força e eu a perde-la e eu a ganhar e depois a perder e a não dar-te o que merecias e eu a querer dar mais mas a não coneguir e eu a não ouvir o que queria ouvir e dizer-te ao ouvido uma melodia que te enervava de amor e eu que estou longe e não sinto mais nada e os sete palmos de terra e nos a chorarmos com o filmes que viamos e o Risto e o menino deficiente que dançava e eu chorava e o tu si que vales e a sensibilidade e as maos no fogo por nos e eu saber que me amavas e tu saberes que me amavas e as discussões que odeio e as discussões que tu odeias e a minha avó que te viu uns meses antes de morrer e eu feliz porque a conheceste e eu triste porque nao te viu mais vezes e as letras que te fiz e que tu não acreditas que te fiz e tu que não acreditas e eu que acredito que um dia vais acreditar e nunca mais chega o dia e eu batalhar com o chinês para te trazer o boneco do restaurante  e um dia consegui finalmente trazê-lo e eu e tu que éramos mais que tudo e eu e tu e eu e tu e os blur e o rufus e os coldplay e londres e as incertezas e os focos de luz para a tua foto que nunca usaste e as fotos que eram tão boas mas que nunca acreditaste que fossem e a polaroid e todas as coisas que te dei e não usaste mas que mesmo assim sabia que gostavas de as ter e enviar-te as musicas novas e beber champanhe no final dos discos e imaginar que um dia podia beber champanhe no final das tuas coisas e quarta-feira que não estou e que tenho raiva de não estar e as bicicletas que compramos e as motivações de acordar cedo e dar-te abraços e abanar-te para dormires mesmo ficando dormente do braço e das pernas e o cabelo e lavar-te os pés como tempo e tratar de ti e tratares de mim e dar-me a ti e dares tudo o que tinhas a mim e as vezes que disse sim sem querer e as vezes que disse não sem querer e o frango e lisboa e belem e marrocos e o amor e o amor e o amor.
chego ao fim 
corri 10km porque tenho raiva de não poder resolver.
10km e a raiva de nao conseguir saber onde está o sorriso, onde anda o vestido vermelho e a flor que era parte de ti. 
10km e a raiva de não conseguir sair do fim do filme. 
10km e as lágrimas que me caem pela cara quando oiço o final do homem elefante
10km e as lágrimas. e o lost. e o fim do lost e o inicio da mia.
eu e tu. somos mais do que imaginamos ser.
desculpa-me - não te culpo
desculpo-te - não me culpes

(samuel barber- adagio for strings)

domingo, 5 de maio de 2013

A mãe que és. A mãe que vais sempre ser. A mãe que és. A melhor mãe que és. Acordas cedo. uma hora mais cedo que em Portugal mas talvez acordes ao mesmo tempo. a minha mãe nunca se deixa dormir até tarde. Tu também não pois ao fundo, mesmo a dormir profundamente ouves os lençois pequenos e a cama com grades brancas preenchidas com autocolantes inadvertidamente colocados e sem ordem especifica a mexer-se aos poucos... minutos depois ouve~se a voz, fina, sentida, pequenina. mãmã. mãmã. mãmã. mãmã

mãmã...

acorda sempre cedo. no inicio com um robe azul bébé, grande, não sei precisar o tecido. quase sempre arruma a cozinha. há sempre coisas para fazer. varrer o chão.  pensar em nós. pensas sempre em nós, tenho a certeza. em solidão com os seus filhos. minha querida mãmã....

acorda sempre cedo. no inicio tentas sempre que consiga dormir um pouco mais. na cama que é mais que tua. apenas e só tua. no quarto que é cada vez mais teu e só teu. 

A mãe que és. num dia pela noite. o meu egoismo talvez tenha sido demasiado quando ao fundo te ouvia com dores, e tu, que nunca querias interromper pois sabias que aquilo era sempre mais importante que tudo. é hoje. talvez seja hoje. sair de casa com tempo. chamar o elevador... 

O que fizémos quando esperavamos pelo elevador? demos um beijo, olhámos os olhos um do outro? O que fizémos quando fechámos a porta... a ultima vez que fechamos a porta da casa sem termos deixado ninguem para trás. a ultima vez que saímos da casa só os dois. 
...o que dissémos um ao outro enquanto o elevador chegava?
Entramos no carro. talvez seja hoje. entrar num quarto com paredes de tom quente, há um sofá castanho de pele onde me sento mas que não me deixo acomodar. tenho sono mas não tenho sono. talvez seja hoje. o médico chega. é hoje mesmo. olhamos um para o outro. o que dissémos mesmo sem dizer nada? é hoje. é hoje. regresso a casa. faço tudo a correr. tu deitada a olhar em frente. o que pensavas quando não estava. eu em casa a trazer tudo o que achava fazer falta... apago pela ultima vez a luz do quarto que era mais do que nunca o nosso quarto. a cama que era mais que nunca a nossa cama ficou vazia. intocável. fecho a luz do quarto que nunca pensei deixar de ser meu... 

saio de casa a correr. entro no quarto com calma. 

vejo as tuas costas. as mais bonitas do mundo. brancas. suaves, as mais suaves do mundo. as tuas costas cheiram tanto a ti. as tuas costas invadidas por uma linha milimetricamente desenhada. vermelha. uma linha de sangue cai, escorre pelo branco puro das tuas costas. brancas, as mais bonitas do mundo. uma linha de sangue... milimetricamente medida. uma linha de sangue. como se se tratasse de uma fronteira.... o principio e o fim de uma etapa. de uma era. de um amor a dois. 
o que dissémos um ao outro quando te viraste  e me viste. 

o que dissémos uma ao outro quando entrámos no elevador? os nossos olhos amavam~se tanto. mas tanto. mas tanto.
tanto
tão 
pouco a pouco deixo que uma lágrima escorra por dentro de mim. 

a linha de sangue. . .
passamos à frente. lua cheia. eu e tu. eu de verde tu não sei. luz fria. entramos sem nos daros conta do que tinhamos feito. o que dissemos um ao outro quando não havia volta atras? 

entramos e depois? depois fui eu e tu. e tu e eu. e eu e tu nos ultimos segundos antes de sermos eu, tu e ela. tu, ela e eu a chorar por saber que eras a melhor mãe que podia existir no mundo. eu a ver~vos. nao quis deixar que o momento fosse mais do que só teu. querida mãe. amo-te. eu, tu e ela. e depois? o que vem depois?

                                                                            eu a ver~vos...


chegar a casa. a nossa casa que abandonámos sendo apenas e só nossa... ao regresso perdemos um pouco a posse da propria casa. hoje a casa é dela, tua e minha de vez em quando. cada vez menos. aos poucos. eu... tu e só ela.

tu

ela

acorda à mesma hora que tu. em casa sozinha. pensa em nós. em mim e no meu irmão. tenho a certeza que pensa maioritariamente nisso. nas preocupações. deve pensar em que cidade andamos. porque não ligamos. preocupa-se por não estarmos ao lado. um dia vou ser como tu. mãe. mãe, não.
mãmã
mãmã
mãmã

minha mãmã. amo-te

o que dissémos um ao outro quando apanhamos o elevador na ultima semana?

dormi ou deixei~me dormir no sofá vermelho. aquele que carregámos os dois depois de uma viagem sem dormir desde Portugal. 
a nossa casa. a tua casa e a casa dela. 
saio ainda de noite. na cama que é só tua estava ela. do meu lado, virada ao contrario. com a cabeça um pouco suada. um beijo minha querida filha. 
no final digo~te uma frase que nao te lembras mas que foi das frases mais sentidas que alguma vez disse. a despedida do nosso mundo...

a distancia só nos vai matar mais.....

A mãe que és. A mãe que vais sempre ser. A mãe que és. A melhor mãe que és. Acordas cedo...
a melhor mãe do mundo és tu. lê bem e nunca te esqueças. 
a melhor mãe do mundo és tu. 
Afortunado eu que vivi um momento unico. tu e ela e o corpo cheio de sangue. meu e teu. 
Afortunado eu que assisti ao maior compromisso de amor da vida. tu e ela. e a minha vida mudou. 
A mãe que és. 
A mãe que vais sempre ser. 
A mãe que és...

Afortunado eu que sou pai de uma filha que tem a melhor mãe do mundo...


(recapitulation - john morris)

domingo, 28 de abril de 2013

Domingo. Domingo. Acordar longe daquilo que sou. ontem deixei um palco grande com milhares de pessoas que cantam alto as letras que escrevi numa ilha no meio de um mar azul mediterrâneo. Hoje acordei sózinho sem saber donde vinha ou para onde ia. mas apenas durante uns segundos. dormi não sei quantas horas. não sei quanto tempo. para mim foram 5 minutos. talvez tenham sido menos. tenho sono. tenho sono há 3 dias. porque não durmo quando devo dormir e durmo pouco nas alturas que não tenho de dormir. hoje domigo.

28.
                domingo 28

com 35... queria escrever ma na verdade não tenho nada para dizer. a Marisa Monte é realmente uma grande artista. elegante e incisiva. eu aqui no sofá À espra que seja hora de ir dormir, pouco por sinal pois o avião deverá sair a tempo.

                                                                  be in peace with yourself.


amanha já te vejo. e a ti tambem. as duas. dentro de mim abre-se um espaço, um vazio. be in peace with yourself. desisto de ti
domingo.
vou fechar os olhos e abri-los em 5 horas. acordarei com a sensação que não dormi nem 5 minutos. desito de ti domingo.

be in peace with yourself.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

acordar. domir mal. acordar. tomar o comprimido. acordar. dormir mal. acordar. é de manhã. acordar. comer. ligar a tv. ter sono. comer. sofá. ir para a cama. dormir mal. suar. acordar. sem saber o que fazer. passar o tempo. pensar. passar o tempo, pensar o tempo. na tv só actividade. na internet só actividade. uns viajam, outros trabalham. eu penso. nada faço. pensar o tempo passar. repetem-se as noticias. vou almoçar as 15. vou comer sozinho com uma vista para os outros que comem acompanhados. a minha filha está a 5 horas de carro e a 45 minutos de ar. e eu que faço aqui... porque respeito o espaço.... porque não me vou embora? fechar a porta e passear pela cidade. pensar pela cidade. sair do sofá. o sofá é o melhor do mundo, mas só se estiveres aqui. como estavas antes. há longo tempo. longo tempo. as fotos estão comidas pelo sol. aos poucos, como se colocassemos nelas um filtro desses modernos que uso quando não tenho mais nada para fazer, mais nada para pensar. o Bill Fay é impressionantemente bonito. tenho ouvido musica, os bons e os maus e aqueles que são bons mas que não me aquecem a alma. hoje ser bom é inevitavelmnte ser frio.... penso eu. sei lá se tenho razão. tomar banho. puxar as orelhas à cama, sempre amei esta expressão. . . é descomprometida. não é fazer bem a cama... é só dar um jeito. não é bem almoçar, é comer. não é bem acordar, é deixar de dormir. não é bem passear, é passar o tempo por mim sem que me dê conta que estou triste...

quarta-feira, 10 de abril de 2013

um menino. outro menino. um com 4. outro com 6. dois meninos e um jardim. e umas cem mil formas de imaginar aquele espaço. o espaço que que nos rodeia. o espaço que rodeia as criançs é grande, é sempre grande. a minha sala de aula era gigante, tinha territórios, zonas que nunca ia, zonas que nunca entrava...nos dias de hoje, há uns anos atrás fui votar à minha sala de aula e tudo era incrivelmente pequeno, como se tivesse tudo encolhido. quando somos novos tudo é grande, tudo é possivel, tudo é imaginável. que saudades tenho eu de ser tudo maior que eu.  a Mia ontem disse que era um gatinho. tem dois anos e meio. disse que era um gatinho porque vè todos os dias um gato em casa, trata dele, damos-lhe tambem carinho e é um elemento da familia... um menino, outros menino. um com 4. outro com 6. dois meninos e um jardim. um entra em casa, o maior e nao diz que é um gato, pega numa arma, carregada que o pai deveria esconder numa gaveta, mas os meninos sabem tudo das casas. . . . eu era assim , sabia o que cada gaveta tinha, as coisas mais escondidas e mais secretas. sabia tudo.um com 4. outro com 6. dois meninos e um jardim. um entra em casa e sai com uma arma na mão... dá um tiro na cabeça do menino de 4. o menino de 4 morre com um tiro apenas na caebça. o mundo. este é o nosso mundo. que mundo é este. penso no que faria. mas depois deixo de pensar. penso como se devem sentir os pais e o menino de seis quando tiver 35. as vidas continuam. mas assim? penso de novo nos pais e nos tios e nos irmãos, mas deixo de imediato de pensar. mas penso e repenso e tenho um nó na garganta.que destinos sao estes. só tenho medo de uma coisa, de nao te ter até ao fim dos meus dias.....

quinta-feira, 4 de abril de 2013

o cabelo não está de todo seco. um misto de suor pela febre constante. estou com febre há 5 dias. o corpo a ir abaixo. as sensações de febre quando somos novos é de querer gente ao lado, companhia. hoje não. é como se quisesse um casulo. como se quisesse estar em silêncio comigo e sentir o corpo a ir, aos poucos... a suar como se correses kilómetros sem parar...já não corres ha quanto tempo... o cabelo não está de todo seco. o cheiro é a ti. ao teu champô de caramelo. aquele que dá vontade de comer. aquele que só uso quando sinto que te vejo ir mais ao longe. e o teu champô de caramelo acaba por me dar de novo a ti. ou aquilo que eras para mim. lá ao longe. o passado é fodido. e gostar do passado ainda mais fodido é.... quem me dera detestar aquilo que vivi.  quanto mais ao longe mais gosto. quanto mais ao longe mais fodido de lembrar. nunca escrevi asneiras. acho que é a primeira vez. ainda há raiva... a verdade é que ainda há acentos fora das palavras, tectos fora de casa, rodas foras dos carros... faltam peças. falta-me força. tenho as pernas a começar a suar de repente. hoje a febre é sempre sozinho. antes a febre era sempre com a minha mãe. hoje a febre é tambem com a minha filha. e quando é a minha febre fica só comigo. o cabelo não está de todo seco. aos poucos começo a sentr o meu corpo a deslizar. a deslizar como as gotas de suor que escorrem depois de uma noite que nunca termina. o suor desmedido que o teu corpo fabrica depois de o massacrares com a tua cabeça a mil, sempre a mil, sempre a fundo, sempre em pista, sempre a mil,  sempre a dois mil sempre sem olhar para tras até que cais... como as gotas caem pela tua cara e pelas raizes do teu cabelo longo que cada vez mais tem cores diferentes. o teu cabelo já não é escuro. moreno. já nao sou moreno de todo. vou deixar o meu corpo suar. desde que não me doa a cabeça e os ouvidos pela tv que em Espanha é pior que todas as outras. Espanha já não é o que era, está prestes a perder a piada. a piada de Espanha era a protecção que te dava, como a tua mãe em dias de febre... e o balde azul com uma pega curta que cheirava a detergente e onde as vezes vomitava e a minha mãe sempre dizia, ai meu rico filho o que é que tu tens.... deixem-me ficar a sós com o balde azul que cheira a detergente e deixar as lágrimas cairem no seu fundo e ver os cabelos brancos em cima das minhas pestanas. Espanha é sozinha. Espanha faz-me sozinho. deixem-me a sós com o balde azul e com a escravaninha ao lado e o pijama molhado e o banho quente e o pijama lavado que a minha mae me dava. e o compal de alperce que sempre se comprava em dias de febre. deixem.me a sos no 2.esq da Rua Vasco da Gama para que se me sentir mehor poder ver o Agora Escolha no sofa cor de mostarda e rezar para que ganhe a minha serie preferida. deixem-me a sós com o meu passado mais longinquo. aquele que é mais fodido de recordar. deixem-me a sós com a minha cama e os meus lençois do rato mickey que agora com tanto carinho os lavo para que a minha Mia durma em paz na casa de Lisboa. Deixem-me a sós com o compal de alperce que hoje não bebo porque ninguém mo dá, porque não deixo que ninguem mo dê. deixem.me a sós com os sonhos que tinha quando a febre apertava. e chamava a meio da noite... quando ja não aguentava mais... Mama, traz o balde. . . . - - - -  "ai meu rico filho o que é tu tens........."

quinta-feira, 28 de março de 2013

perdi o comboio. perdi-o. não sou eu que o conduzo. não sou eu quem determina que cidades passar, que pessoas conhecer. perdi o comboio. o mesmo comboio que eu melhor sabia conduzir. estou doente. doi-me o corpo, doi-me a cabeça e tenho os olhos a fechar. que se fechem, mas que se fecem durante muitas horas. horas a fio, sem me aperceber que passam por mim a correr, como um comboio, o mesmo comboio que já não sei conduzir. o mesmo comboio que já não sou eu quem o conduz. doi.me o corpo só de pensar naquilo que ai vem nos próximos dias. a ultima vez em paris cheirava o meu passaporte de hora em hora pois cheirava ao combio que melhor conduzia e que me conduzia a mim. cheirava-te de hora em hora porque sabia que me olhavas com os olhos mais carinhosos do mundo. hoje os olhos são outros. nunca mais.... por mim ficava aqui em casa a olhar para a Mia todos os dias e deixa-la nos meus braços assim como uma concha. e brincar com ela e contar os aviões que aterram e os que levantam voo e ainda aqueles que não deixam de sair do chão. e os carros que levam as malas, em forma de combio. o mesmo combioque não sei conduzir. o mesmo comboio que não sei onde passa, onde dorme, onde desliza, onde dança, onde olha nos olhos. perdi o comboio e eu tal como tu sabemos que jamais o apanharei. e eu sei que o futuro para por deixar para trás o combio que em tempos soube conduzir. perdi o comboio. perdi os teus olhos com cor de amor.  perdi.me. perdi.te. perdemos os dois. ganhaste uma vida nova, perdeste a antiga. eu continuo na antiga e é isso que mais me custa entender. perceber que combio é este que não sai do mesmo sitio....

segunda-feira, 18 de março de 2013

a televisão por aqui tambem está desligada. nunca a liguei. minto.... liguei uma ez porque já nao estavam acordados por ai. porque aqui é dia quando começa a tua noite. a vossa noite. porque aqui vou trabalhar quando acordam pela manha. aqui é tudo mais à frente, uma serie de horas. e aqui estou de novo. sonho sempre com o mesmo nó na garganta e a vontade de que as coisas mudem. como se conseguisse mudar vontades dos outros, como se conseguisse ir dentro da cabeça dos outros, nao se pode mudar a vontade do mundo que não é teu. e o teu mundo já não é meu. o teu mundo já não é meu. já saiu de mim, deixou de vestir o mesmo fato, deixou de caber nas minhas medidas, deixou de ter a mesma musica e os mesmos sorrisos quando passam por mim no corredor ou no sofá. deixou de se rir com as minhas danças que não sei bem porque as fazia. deixou de olhar para mim com os olhos de desejo. porque deixaram de olhar para mim com olhos de menina. e de mulher. e de amante. e de melhor amigo. e de melhor amiga. e de melhor mãe. e de melhor ombro. e de melhores costas. e de melhor pele. e de melhor amor por me amar. e de amor por ser o meu amor. o meu amor? nao sei onde anda. anda mais à frente uma serie de horas. uma noite. outro dia. outra noite. mais um dia.... e assim sucessivamente até entrares de novo no avião. Australia na minha cabeça marcava um fim de ciclo. não vou ficar triste com as decisões. não vou deixar de ter aquilo que me fez ser quem sou. gostar de mim porque sei quem sou. se eu não gostar..... porque não gostas como gostas de tudo o resto.
a tv está desligada e isso faz com que o mundo....faz com que o meu mundo..... o meu mundo é mais vazio. doi-me a garganta. a cama está aqui ao lado. . . lá fora um mundo cheio de sorrisos e amor e bonitas palavras e bonitas ruas. eu agora estou aqui. mas logo já não estarei. dor, não sentirei dor.
tenho saudades tuas. mais tuas do que nada.

domingo, 17 de março de 2013


o Amor não está morto. O nosso amor não está morto. Não está. repito-o mais vezes que o normal. o nosso amor não está morto. está debilitado, sem corpo, desnutrido e mil e quinhentos adjectivos mais que representem um corpo fraco... o tempo e a distância. dois paramentros mortiferos, mas precisos. onde está a ponte que nos separa, que tamanho tem. porque nao a atravessamos a pé os dois, lambendo feridas e curando os ocos que o coração foi ganhando... porque não atravessamos a ponte a pé os dois, mesmo que seja em silencio. só queria poder passar por ti e sorir-te de novo, para que entendesses quem sou, o que faço e para onde quero ir. contigo. contigo. contigo. junto a ti. contigo e junto aquilo que és. CONTIGO

E
JUNTO
AQUILO QUE ÉS.

atravessar a ponte de mãos dadas, subtilmente. ou mesmo que não houvesse toque, saber que estas ali ao lado, perto. ao lado. tudo menos do outro lado. tudo menos do outro lado. noutro lugar que não te possa ver. só quero que me vejas os olhos para que saibas de que sou feito. Contigo e junto aquilo que és. . . . . . ser teu, querer ser teu é isso mesmo. ser-te....

Vamos atravessar a ponte juntos e sorrir de vez em quando com as caras que nos parecem nossas. vamos atravessar a ponte e rir sobre as danças que ela faz. vamos atravessar a ponte e poder chorar juntos as nossas feridas que doem mais se não estamos ao lado um do outro... vamos atravessar a ponte e desfrutar dos silêncios e nao perguntar por eles. vamos atravessar a ponte e passear numa praia a ouvir musica juntos. vamos atravessar a ponte. vamos atravessar a nossa ponte que é grande mas que no final nos guiará a um sitio lindo. um espaço que não é de mais ninguem. um sitio novo com o melhor de nós. nós somos mais fortes juntos. nunca te deixei de dizer.
Somos
mais
fortes
juntos.

quarta-feira, 6 de março de 2013

poderá ser estranho...ou não. quantos dias da tua vida passaram sem que me ouvisses. mas hoje é o primeiro dia de muitos anos que não falo contigo. ouvir a tua voz. não sei o que é passar 24 horas e não ouvir uma silaba apenas. um olá. um adeus. um até logo. um até já. um amo........teimo em pensar que não, que já aconteceu antes. mas não. um dia sem te ouvir. o mais importante é ouvir, mais que ver. ouvi a voz dela ao longe e deu.me um nó na garganta. um nó que ainda doi depois de desligar o telefone. amo.te amo.te e nunca te esqueças que o papa ama-te. silencio e a resposta que queria ouvir. amo.te, e o som de um beijo a distrocer o sitio onde se fala. . . . a garganta doi. doi de dor de amor. hoje é o primeiro dia que não te oiço. não sei se rio. não sei se me habitue à ideia. não sei se gosto. é estranho para mim. não sei se gosto, mas o gosto. o gosto dos outros é diferente do meu. a tv diz sem sinal a azul. eu olho para o lado e desligo-me, ou neste caso, retiro o som. o som da tua voz que hoje pela primeira vez em anos não ouvi.

o vento que lá fora corre. corre como se não houvesse nada pela frente. nem casas, nem janelas, nem estradas, nem mar, nem ondas. o vento que bate no vão da parede da sala e que assobia. uma melodia de força, de exemplo cruel de força, de força arrebatadora. e os passaros que se deixam levar pelo vento forte, como se morressem devagar acordando depois subitamente, numa prova de força maior. uma força maior que o vento.
aqui toca o piano do bill fay. em repeat. aos poucos a luz da sala vai ficando mais ténue. o monitor do computador cada vez mais forte. não olho para o telefone se ele não toca. não olho para o telefone se ele não toca. não olho para o telefone se ele não toca. repito-me. sou um homem de processos. sou um homem de impulsos. sou um homem que não pode reagir aos impulsos. sou um homem que tem de uma vez por todas que ter processos. hoje escrevo. escrever acalma-me a alma. mais do que tocar piano. porque quando toco piano a minha cabeça vai para outro lado. vai por outros lados. a escrever não. a escrever a minha cabeça vai por dentro de mim. o que penso e o que quero dactilografar. a minha cabeça não se desprende de mim. na musica sim. começo logo a ver a voz, e as notas que serão depois destas que toco. . . . . não olho para o telefone se ele não toca. sou um homem de rotinas. as boas e as más. sou um homem fortemente fiel ao sentimento. lá fora o vento corre. eu corro dentro de mim como se nada houvesse mais. nem fronteiras, nem dois paises diferentes. sigo a minha cabeça e ela não busca notas novas. só palavras que consigam descrever que hoje, hoje aqui na minha sala já é quase noite. . . .

terça-feira, 5 de março de 2013

voltar aqui. . . voltar aqui é estranho. sentir a vontade de voltar aqui é bom. voltar aqui é estranho mas já que aqui estou toca a desfrutar. desfrutar de poder escutar musica e guardar dentro de mim a vontade de ta enviar. ou de te falar dela daqui a uns tempos. voltar aqui é estranho mas é uma parte de mim que me traz de novo a estas palavras. a estas memórias, a esta vontade de te dizer coisas memso não estando ao teu lado, memso nao vendo os teus olhos... voltar aqui contigo em mente é dos melhores exercicios que posso fazer. limpar a cabeça de coisas más e ficar com as boas, como o album de fotos que está inacabado. o album de memorias que lá ao longe são tão bonitas. as memórias de aqui perto estão turvas, indelicadas, indefinidas. voltar aqui é estranho mas acaba por ser das melhores sensações do mundo. como quando enviava cartas de amor e ficava à espera e a perceber se tinham ou não sido lidas. enviei cartas de amor quando tinha 14 anos. escrevia uma por dia. mas depois acabou. o meu amor seguiu mas o dela não. o tempo nunca mais foi o mesmo e a distancia matou e apagou as letras, as cassetes, as cartas. hoje as cartas não se querem destruidas. ficam aqui, para sempre, e os videos tambem. e as palavras essas mantem.se estáticas, puras, emotivas. penso em ti e se algum dia irás ler isto que escrevo. como uma carta de amor. lisboa, terça feira 19:17, oiço o bill fay e penso no tempo que quero que acabe e que não destrua as palavras. já agora, que se complete o album que está por acabar. . . . .