quinta-feira, 26 de março de 2009

silêncio. agora é isso que quero


... fecham-se os estores. a água chega ao final e prepara-se para mais uma descarga. os dentes lavados. a luz fecha-se. agora oiço o silêncio. vou já. prometo não demorar. desta vez não quero mesmo demorar. estou longe do meu ar. como tu estavas há meses atrás. londe do meu mar que nunca via mas que sabia que estava por lá. Longe da minha mãe e da falta que já sinto por saber que ela não está tão perto como eu queria. não tenho o meu café. a minha praça que circulo com head-phones. o mosteiro com o sol de fim de tarde só se vê de noite. prometo não demorar aqui a escrever o meu silêncio. tocam os bloc party. um efeito repeat de voz que me deixa sem forças para escrever mais que a mesma frase. prometo não demorar. prometo não demorar. demora o tempo que precisares. a musica terminou. prometo não demorar. e a rotina de lisboa que apesar de não ser o teu ar começava a ganhar ritmo. mas aqui estou bem. sou preciso e preciso daqui estar. e aos poucos vou refazendo as células que queimo quando termino algo que me dá luta fazer. derrubar o disco. vencer as ideias. levá-las à exaustão até ceder. Hoje preciso deste silêncio. não por estar cansado mas por querer ser um pouco eu mesmo que me digas que sou demasiado eu. mesmo que às vezes me abras os olhos para o outro mundo que me rodeia. eu quero ser feliz aqui. eu sou feliz aqui. porque me motiva ver os teus olhos felizes e com ataques de amor. porque me apaixona sempre o facto de pensar em morder o teu lábio. porque me enfeitiça o poder que tens. és tão bonita. és tão mais bonita do que aquilo que eu alguma vez imaginei ter. prometo que não me demoro. entro em silêncio. oiço os bloc party que não me deixam escrever mais que uma frase. prometo que não me demoro. prometo que não me demoro. prometo que estarei aqui para sempre. se um dia ou outro não estou, prometo quenão me demoro.
eu

domingo, 22 de março de 2009

...que não saias do meu lado



Só quero falar contigo sem que existam ruidos ao perto. Só quero que entendas que não existem ruidos capazes de me incomodar quando tu ao meu lado estás. RGB. as cores juntas dão branco. e as simetrias das caras e tudo aquilo que eu quero ouvir dos teus lábios. e as melodias que vamos cantando sem ninguem ainda saber o que é. e as ostras. e as coisas nossas que nos fazem rir sem parar. só quero falar mais contigo e mais e mais e meia hora depois voltar a dizer que te amo como se hoje te tivesse visto numa escola ao norte do meu país. e olhar-te pelo teus olhos e saber que são unicos os teus olhos e saber que me vejo se olhar fixamente para ti. porque se hoje sou mais forte é a ti que o devo. porque se hoje consegui terminar mais um disco é a ti que te devo. porque se hoje me rio ao acordar é porque tu estás ao meu lado. ao meu lado. ao meu lado. só quero falar contigo e pedir que não saias do meu lado.

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"Solo quiero hablar contigo, decirtelo todo por primera vez. Tendrías que conocer toda mi vida, que siempre fue la ruta aunque nunca lo supiste. Pero solo tu conocerás mi secreto, cuando este muerta y ya no tengas que darme una respuesta. Cuando esto que ahora me sacude con escalifrios sea de verdad el final. En el caso de que siguiera viviendo,rompería esta carta y continuaría en silencioigual que siempre. Si sostienes está carta en tus manos,sabrás que una muerta está explicando aquí su vida, una vida que fue siempre la tuya desde la primera hasta la última hora."

sexta-feira, 20 de março de 2009

Hoje canto aquilo que nunca niguém contou.



E foi assim que se fez. às voltas. andei às voltas durante meses. Sempre à procura. à procura daquilo que me pudesse unir mais a portugal. Com aquilo que acho ser o brilhantismo da cultura tradicional portuguesa. Sem ter de ir ao campo ou aos latifundos do alentejo. hoje sou um bocado mais português. Hoje estou um pouco mais feliz... agora que oiço o disco pronto. Hoje somos um disco só. Hoje somos amigos que se reuniram para cantar aquilo que nunca ninguem contou....

Portugal 2008.2009

Havia um objectivo... Ao inicio fomos de alguma forma intimidados pelo peso do Fado. As canções que Amália cantou. Era fado. Ela simbolizava o Fado. Mas Hoje, ao olhar atrás, ouvindo os discos, analisando tudo o que a Amália fez “conseguimos” perceber que Amália era muito mais que Fado. Era muito mais que um estilo pontuado e apoiado por duas guitarras e um vestido negro. Amália... O que era para mim Amália... Amália foi a primeira e talvez única artista Pop que Portugal teve. Porque ser Pop é não ter fronteiras. Ser Pop é respirar aquilo que se canta. Hoje consegui perceber que as canções eram obras históricas de cultura pop. Cultura Pop. Amália era a capa dura que cantava. Amália era a voz. Mas atrás das letras, do tom triste e melancólico haviam melodias, harmonias que queriam mais espaço que umas tristes duas guitarras. As canções que Amália cantava tinham côr. O resto era estética. Na sua essência Amália era Pop. E foi assim que decidimos criar os Hoje.

Mais que Fado. Muito mais que Fado. Hoje é um Pais novo. Hoje é dizer ao mundo que Amália era Pop. Se ninguém ainda tinha pensado nisto... Ao escutar as canções que escreveram para Amália desde logo imaginei texturas pop. Um elogio à canção cantada em Português. Hoje é um marco. Poderá fazer história mas na sua essência as canções sempre estiveram aqui. Hoje é um olhar adulto sobre aquilo que de melhor Amália tinha, côr.

Sei de cor as canções. Elas, as canções, Hoje são vida, esperança e a eterna saudade que hoje se escreve de todas as cores. Se Portugal é só Fado então o Pop é a preto e branco. Hoje Portugal tem vozes que conseguem dizer que Amália era mais que fado.

Amália Hoje é um disco. Reúne três vozes distintas. Fernando Ribeiro dos Moonspell, Paulo Praça de mil e um projectos e Sónia Tavares dos The Gift. São produzidos, idealizados e arranjados por mim que antes de ser dos The Gift sempre fui Português.

Amália Hoje é um disco que sairá em breve. Canções que vivem para além dos vestidos pretos e das guitarras Portuguesas. Hoje é um grito. Hoje é um dizer basta. Amália é muito mais que fado. Amália é pop e este disco será a prova que Fado é redutor para a voz que brindou o mundo e ainda mais redutor para os compositores que imaginaram as melhores canções pop de sempre da história da música portuguesa. Hoje é um veiculo pop sem fronteiras nem barreiras, sem concepções nem travões. Hoje é aquilo que quisemos que Amália hoje fosse.

Hoje somos todos aqueles que acham que Portugal é muito mais que aquilo que se mostra. Hoje é história. Hoje somos todos nós.

eu