sexta-feira, 20 de março de 2009

Hoje canto aquilo que nunca niguém contou.



E foi assim que se fez. às voltas. andei às voltas durante meses. Sempre à procura. à procura daquilo que me pudesse unir mais a portugal. Com aquilo que acho ser o brilhantismo da cultura tradicional portuguesa. Sem ter de ir ao campo ou aos latifundos do alentejo. hoje sou um bocado mais português. Hoje estou um pouco mais feliz... agora que oiço o disco pronto. Hoje somos um disco só. Hoje somos amigos que se reuniram para cantar aquilo que nunca ninguem contou....

Portugal 2008.2009

Havia um objectivo... Ao inicio fomos de alguma forma intimidados pelo peso do Fado. As canções que Amália cantou. Era fado. Ela simbolizava o Fado. Mas Hoje, ao olhar atrás, ouvindo os discos, analisando tudo o que a Amália fez “conseguimos” perceber que Amália era muito mais que Fado. Era muito mais que um estilo pontuado e apoiado por duas guitarras e um vestido negro. Amália... O que era para mim Amália... Amália foi a primeira e talvez única artista Pop que Portugal teve. Porque ser Pop é não ter fronteiras. Ser Pop é respirar aquilo que se canta. Hoje consegui perceber que as canções eram obras históricas de cultura pop. Cultura Pop. Amália era a capa dura que cantava. Amália era a voz. Mas atrás das letras, do tom triste e melancólico haviam melodias, harmonias que queriam mais espaço que umas tristes duas guitarras. As canções que Amália cantava tinham côr. O resto era estética. Na sua essência Amália era Pop. E foi assim que decidimos criar os Hoje.

Mais que Fado. Muito mais que Fado. Hoje é um Pais novo. Hoje é dizer ao mundo que Amália era Pop. Se ninguém ainda tinha pensado nisto... Ao escutar as canções que escreveram para Amália desde logo imaginei texturas pop. Um elogio à canção cantada em Português. Hoje é um marco. Poderá fazer história mas na sua essência as canções sempre estiveram aqui. Hoje é um olhar adulto sobre aquilo que de melhor Amália tinha, côr.

Sei de cor as canções. Elas, as canções, Hoje são vida, esperança e a eterna saudade que hoje se escreve de todas as cores. Se Portugal é só Fado então o Pop é a preto e branco. Hoje Portugal tem vozes que conseguem dizer que Amália era mais que fado.

Amália Hoje é um disco. Reúne três vozes distintas. Fernando Ribeiro dos Moonspell, Paulo Praça de mil e um projectos e Sónia Tavares dos The Gift. São produzidos, idealizados e arranjados por mim que antes de ser dos The Gift sempre fui Português.

Amália Hoje é um disco que sairá em breve. Canções que vivem para além dos vestidos pretos e das guitarras Portuguesas. Hoje é um grito. Hoje é um dizer basta. Amália é muito mais que fado. Amália é pop e este disco será a prova que Fado é redutor para a voz que brindou o mundo e ainda mais redutor para os compositores que imaginaram as melhores canções pop de sempre da história da música portuguesa. Hoje é um veiculo pop sem fronteiras nem barreiras, sem concepções nem travões. Hoje é aquilo que quisemos que Amália hoje fosse.

Hoje somos todos aqueles que acham que Portugal é muito mais que aquilo que se mostra. Hoje é história. Hoje somos todos nós.

eu

1 comentário:

Chitraka disse...

... e passado um ano do lançamento do álbum, já não tenho muitas mais palavras para descrever todas as emoções que senti, que sinto, que tenho a certeza que ainda vou ainda viver e, as memórias que vão ficar para sempre guardadas.

Obrigado, obrigado, obrigado, obrigado.


'I know that all the words are just words, It can't be real... '

Beijo grande,
Ceci