segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

por muito que queira ser diferente.




Por muito que queira ser diferente. Não consigo ser mais que isto. Por muito que queira ser melhor não o consigo ser se o for sozinho. A vergonha de estar assim. Tenho medo de estar sozinho. E estar sozinho, apesar de ser dos melhores prazeres que conheço nunca é demasiado sozinho. o ego. Onde te ponho. Por muito que queira ser diferente não consigo ser melhor. A razão e a merda da fatalidade. A fatalidade da solidão que não quero que apareça nunca. Lá ao fundo dormem. Eu dormi o dia todo. Literalmente. Acordei à uma. Comi às 3. Dormi de novo às 4 e acordei às 7. Olhei o por do sol mais longe que alguma vez o vi. Já era de noite mas ainda vi o sol ao fundo, como se me tivesse a dizer adeus. Adeus vida solarenga. Depois não corri o que devia ter corrido e senti as veias a carregar mau sangue. Sangue triste e por muito que quisesse ser diferente já os órgãos todos carburavam más coisas. Ser mau porque não consegui ser melhor nos dias de solidão. E aquilo perdura. Hoje em dia dura mias que nunca. Por muito que  queira ser diferente não consigo. Não consigo. 23 dias. Gostava que fosse mais tempo. Estou triste e hoje é apenas segunda feira. O sangue que por aqui corre continua mal lavado. Triste. Solitário. Lá ao fundo dormem. E por aqui penso no que série eu daqui a 14 anos. Terei 50. 50. Estou tão fodido. Estou tão fodido. Estou tão fodido que não consigo sequer pensar direito. Por muito que queira ser diferente ninguém me tira os dias que aqui passo. Sou tão triste. Por muito que queira ser diferente. Madrid é a unica coisa que tenho e ao mesmo tempo é a coisa que menos me deixa ser eu.