terça-feira, 19 de agosto de 2014

papy olha. . . olho desde que não me veja.


Foi hoje. Começo de novo. Porquê não sei. Mas talvez porque comecei  ouvir música outra vez nos head-phones. porque a música a entrar directamente em mim não deixa nada mais que vontade de escrever, ou dançar... raras as vezes... como no lux, na pista de baixo com luzes brandas e a música que o Rui punha sem que déssemos por isso. O resto não interessa. Como sempre nunca interessa nada...
Foi Hoje de novo...
As teclas de tão pouco escrever não se sentem da mesma forma, parece que são mais leves. Talvez do uso que lhe dou no dia a dia. Maçã Q. Desisto. Maçã Q apago. Maçã Q arrumo. Maçã Q - fecho. Maçã Q - fecho-me.
Papy olha...
É só isso que me vem à cabeça. 
Olho desde que não me veja...
Papy olha.
E os pés a bater muito forte no sofá em sinal de contentamento. De excitação.
Papy olha, sou eu quem mais amas. Olha-me
Olho desde que sintas que te amo muito e que sou feliz. e não sou. ninguem é sempre feliz. desculpa não to dizer. . 
Papy olha...
Olho desde que não me veja
Hoje sonhei que estávamos num avião e que ele caia. Ou não caia. Não sei se acordei antes de cair se morri no sonho. Sei que chegou ao fim, desconhecendo a razão. o meu irmão estava ao meu lado. Tal e qual como agora está, neste avião moderno com possibilidade de carregares a bateria da tua vida paralela. Para nada necessitamos de uma vida paralela... Volta ao sonho Papy
...Será uma coincidência.
Escrevi uma ultima mensagem. “Embarco. Amo-te...” o telefone desistiu. Quase como se de uma mentira se tratasse. Apago antes de iludir. Não sei se amo, mas sei que amo. As teclas do computador estão de facto mais leves. Eu não. Sinto-me perdido, pesado, descompensado. Papy olha.
E eu olho minha querida filha. O meu amor por ti é maior que o sonho que alguma vez tive. O meu amor por ti é maior que aquilo que faço bem e mal na minha vida.
Hoje custa-me falar de mim, porque tenho medo de mim. Tenho medo de não ser eu quando digo sim e não. Tenho medo, mas talvez seja normal. A vida que eu escolho é sempre diferente daquilo que deveria escolher. O lado transgressor. Talvez seja isso que sou eu. Há sempre um caminho diferente e mais excitante a seguir. E se por momentos não tivesse que esconder quem eu sou. Por momentos seria diferente de todos, logo indiferente aos outros. Papy olha.
Eu olho.
O avião é moderno e carrega a nossa vida paralela.
O telefone carregou, tenho um mensagem para enviar. . . 

1 comentário:

TatianaM disse...

Nuno, deixa-me dizer o quanto eu aprecio os textos que escreves, especialmente quando são para a tua filha, a Mia.
Acredito que os escrevas com o coração pois transmites vários sentimentos que são difíceis de explicar mas fáceis de entender.
Não sou muito de ler blogs, confesso mas digo-te, do fundo do coração, os teus textos são dos textos mais bonitos de se ler.
Sei que um dia a Mia vai encontrar este teu blog, vai ler os textos que escreves / escreveste para ela e vai ficar orgulhosa do pai que tem ( digo isto mas acredito que ela, agora, tenha orgulho no pai que tem, um grande profissional ) .
Não me quero alargar muito. Continua assim, és grande Nuno.
Beijinho, Tatiana Martins.