quinta-feira, 9 de julho de 2009

And i can ear them...

regresso aqui. a este sitio. ao silêncio. às colunas ao meu lado e o som que delas sai. hoje os low. e os tempos que eu e o david ouviamos isto sem parar. e ficávamos felizes de ser tão bonito. fechámos o clinic com lágrimas nos olhos e coração apertado. O david ali sentado imune. eu por ali em pé, imune. todos os outros ao meu lado, imunes. a mafalda e o seu vestido lindo branco imune. e o zé que chorava na cozinha pequena. não chorem mais os que sentem. fechámos o clinic. fui injusto para com ele. não o avisei. não quis que ficasse velho e com falta de charme. fui injusto para com ele mas não queria que ele chorasse mais uma noite sem que olhassem para ele com olhos de ver. e hoje ali se mantem. em repouso. e as lágrimas que me saltavam porque não me apetecia sair dali. e ouvir o let down dos radiohead para o resto da minha vida. e os blur e as lembranças dos saltos na cama por não ser mais que feliz. e as memórias dos pulos na cama por não caber em mim. e a felicidade de ser novo e não ter nada em que pensar. os blur. really could happen. as memórias do cheiro a verão na minha casa nova da altura. e eu que não queria crescer e eu que não quero crescer mais porque tenho medo de não conseguir crescer mais do que sou. e o david que ali estava sentado. e eu e ele que nos abraçámos. gosto tanto dele. tenho pena de não o ter mais perto, para partilharmos memórias e nos abraçarmos um ao outro quando temos medo de crescer. tenho medo de crescer. tenho medo de não conseguir crescer aquilo que quero. e este dilema. e as teclas pretas que se misturam com as brancas e a estética. aquilo que não quero fazer e aquilo que quero fazer. fechei os olhos. 3 ou mais minutos. não sei. foi o tempo de rodar a fechadura em sentido contrário ao do relógio. não fui eu quem o fechou pela ultima vez. fui cobarde e não o fechei. só na minha mente. minto se não disser que morri um pouco ali dentro. o clinic fechou e com ele fechei uma parte do meu coração. arrumei.o no canto das minhas memórias. e as memórias da minha casa de verão que cheirava a nova. e as noites no mosteiro com vontade de crescer e de me apaixonar. e quando me apaixonei. e esta música que é triste mas é tão bonita. words. ouviamos tudo o que o rui vargas passava. e depois escreveste-me cartas e eu respondia com canções. obrigado david. resposta às coisas simples que te pedi. e eu respondi vezes sem conta e depois voltámos as costas. são coisas da vida. e eu que não sei onde andas e tu que não sabes como ando. fechei o clinic com a chave da saudade. ao contrário dos relógios. aqui morreu um sonho. aqui nasceu um mito.

1 comentário:

joao . disse...

A alma e o que o Clinic representa - e representou durante anos para Alcobaça - não morreu !

O Clinic além de bar era um centro de cultura musical! Com orgulho dizia aos meu amigos do resto do país "muitas bandas vão ao Lux, Clinic e depois vão embora". Agora vão só ao Lux...

Resta a rádio, restam as Terras de Noah. Espero que quando as águas voltarem a assentar o Clinic ressurja forte e belo como sempre!