quinta-feira, 28 de março de 2013

perdi o comboio. perdi-o. não sou eu que o conduzo. não sou eu quem determina que cidades passar, que pessoas conhecer. perdi o comboio. o mesmo comboio que eu melhor sabia conduzir. estou doente. doi-me o corpo, doi-me a cabeça e tenho os olhos a fechar. que se fechem, mas que se fecem durante muitas horas. horas a fio, sem me aperceber que passam por mim a correr, como um comboio, o mesmo comboio que já não sei conduzir. o mesmo comboio que já não sou eu quem o conduz. doi.me o corpo só de pensar naquilo que ai vem nos próximos dias. a ultima vez em paris cheirava o meu passaporte de hora em hora pois cheirava ao combio que melhor conduzia e que me conduzia a mim. cheirava-te de hora em hora porque sabia que me olhavas com os olhos mais carinhosos do mundo. hoje os olhos são outros. nunca mais.... por mim ficava aqui em casa a olhar para a Mia todos os dias e deixa-la nos meus braços assim como uma concha. e brincar com ela e contar os aviões que aterram e os que levantam voo e ainda aqueles que não deixam de sair do chão. e os carros que levam as malas, em forma de combio. o mesmo combioque não sei conduzir. o mesmo comboio que não sei onde passa, onde dorme, onde desliza, onde dança, onde olha nos olhos. perdi o comboio e eu tal como tu sabemos que jamais o apanharei. e eu sei que o futuro para por deixar para trás o combio que em tempos soube conduzir. perdi o comboio. perdi os teus olhos com cor de amor.  perdi.me. perdi.te. perdemos os dois. ganhaste uma vida nova, perdeste a antiga. eu continuo na antiga e é isso que mais me custa entender. perceber que combio é este que não sai do mesmo sitio....

segunda-feira, 18 de março de 2013

a televisão por aqui tambem está desligada. nunca a liguei. minto.... liguei uma ez porque já nao estavam acordados por ai. porque aqui é dia quando começa a tua noite. a vossa noite. porque aqui vou trabalhar quando acordam pela manha. aqui é tudo mais à frente, uma serie de horas. e aqui estou de novo. sonho sempre com o mesmo nó na garganta e a vontade de que as coisas mudem. como se conseguisse mudar vontades dos outros, como se conseguisse ir dentro da cabeça dos outros, nao se pode mudar a vontade do mundo que não é teu. e o teu mundo já não é meu. o teu mundo já não é meu. já saiu de mim, deixou de vestir o mesmo fato, deixou de caber nas minhas medidas, deixou de ter a mesma musica e os mesmos sorrisos quando passam por mim no corredor ou no sofá. deixou de se rir com as minhas danças que não sei bem porque as fazia. deixou de olhar para mim com os olhos de desejo. porque deixaram de olhar para mim com olhos de menina. e de mulher. e de amante. e de melhor amigo. e de melhor amiga. e de melhor mãe. e de melhor ombro. e de melhores costas. e de melhor pele. e de melhor amor por me amar. e de amor por ser o meu amor. o meu amor? nao sei onde anda. anda mais à frente uma serie de horas. uma noite. outro dia. outra noite. mais um dia.... e assim sucessivamente até entrares de novo no avião. Australia na minha cabeça marcava um fim de ciclo. não vou ficar triste com as decisões. não vou deixar de ter aquilo que me fez ser quem sou. gostar de mim porque sei quem sou. se eu não gostar..... porque não gostas como gostas de tudo o resto.
a tv está desligada e isso faz com que o mundo....faz com que o meu mundo..... o meu mundo é mais vazio. doi-me a garganta. a cama está aqui ao lado. . . lá fora um mundo cheio de sorrisos e amor e bonitas palavras e bonitas ruas. eu agora estou aqui. mas logo já não estarei. dor, não sentirei dor.
tenho saudades tuas. mais tuas do que nada.

domingo, 17 de março de 2013


o Amor não está morto. O nosso amor não está morto. Não está. repito-o mais vezes que o normal. o nosso amor não está morto. está debilitado, sem corpo, desnutrido e mil e quinhentos adjectivos mais que representem um corpo fraco... o tempo e a distância. dois paramentros mortiferos, mas precisos. onde está a ponte que nos separa, que tamanho tem. porque nao a atravessamos a pé os dois, lambendo feridas e curando os ocos que o coração foi ganhando... porque não atravessamos a ponte a pé os dois, mesmo que seja em silencio. só queria poder passar por ti e sorir-te de novo, para que entendesses quem sou, o que faço e para onde quero ir. contigo. contigo. contigo. junto a ti. contigo e junto aquilo que és. CONTIGO

E
JUNTO
AQUILO QUE ÉS.

atravessar a ponte de mãos dadas, subtilmente. ou mesmo que não houvesse toque, saber que estas ali ao lado, perto. ao lado. tudo menos do outro lado. tudo menos do outro lado. noutro lugar que não te possa ver. só quero que me vejas os olhos para que saibas de que sou feito. Contigo e junto aquilo que és. . . . . . ser teu, querer ser teu é isso mesmo. ser-te....

Vamos atravessar a ponte juntos e sorrir de vez em quando com as caras que nos parecem nossas. vamos atravessar a ponte e rir sobre as danças que ela faz. vamos atravessar a ponte e poder chorar juntos as nossas feridas que doem mais se não estamos ao lado um do outro... vamos atravessar a ponte e desfrutar dos silêncios e nao perguntar por eles. vamos atravessar a ponte e passear numa praia a ouvir musica juntos. vamos atravessar a ponte. vamos atravessar a nossa ponte que é grande mas que no final nos guiará a um sitio lindo. um espaço que não é de mais ninguem. um sitio novo com o melhor de nós. nós somos mais fortes juntos. nunca te deixei de dizer.
Somos
mais
fortes
juntos.

quarta-feira, 6 de março de 2013

poderá ser estranho...ou não. quantos dias da tua vida passaram sem que me ouvisses. mas hoje é o primeiro dia de muitos anos que não falo contigo. ouvir a tua voz. não sei o que é passar 24 horas e não ouvir uma silaba apenas. um olá. um adeus. um até logo. um até já. um amo........teimo em pensar que não, que já aconteceu antes. mas não. um dia sem te ouvir. o mais importante é ouvir, mais que ver. ouvi a voz dela ao longe e deu.me um nó na garganta. um nó que ainda doi depois de desligar o telefone. amo.te amo.te e nunca te esqueças que o papa ama-te. silencio e a resposta que queria ouvir. amo.te, e o som de um beijo a distrocer o sitio onde se fala. . . . a garganta doi. doi de dor de amor. hoje é o primeiro dia que não te oiço. não sei se rio. não sei se me habitue à ideia. não sei se gosto. é estranho para mim. não sei se gosto, mas o gosto. o gosto dos outros é diferente do meu. a tv diz sem sinal a azul. eu olho para o lado e desligo-me, ou neste caso, retiro o som. o som da tua voz que hoje pela primeira vez em anos não ouvi.

o vento que lá fora corre. corre como se não houvesse nada pela frente. nem casas, nem janelas, nem estradas, nem mar, nem ondas. o vento que bate no vão da parede da sala e que assobia. uma melodia de força, de exemplo cruel de força, de força arrebatadora. e os passaros que se deixam levar pelo vento forte, como se morressem devagar acordando depois subitamente, numa prova de força maior. uma força maior que o vento.
aqui toca o piano do bill fay. em repeat. aos poucos a luz da sala vai ficando mais ténue. o monitor do computador cada vez mais forte. não olho para o telefone se ele não toca. não olho para o telefone se ele não toca. não olho para o telefone se ele não toca. repito-me. sou um homem de processos. sou um homem de impulsos. sou um homem que não pode reagir aos impulsos. sou um homem que tem de uma vez por todas que ter processos. hoje escrevo. escrever acalma-me a alma. mais do que tocar piano. porque quando toco piano a minha cabeça vai para outro lado. vai por outros lados. a escrever não. a escrever a minha cabeça vai por dentro de mim. o que penso e o que quero dactilografar. a minha cabeça não se desprende de mim. na musica sim. começo logo a ver a voz, e as notas que serão depois destas que toco. . . . . não olho para o telefone se ele não toca. sou um homem de rotinas. as boas e as más. sou um homem fortemente fiel ao sentimento. lá fora o vento corre. eu corro dentro de mim como se nada houvesse mais. nem fronteiras, nem dois paises diferentes. sigo a minha cabeça e ela não busca notas novas. só palavras que consigam descrever que hoje, hoje aqui na minha sala já é quase noite. . . .

terça-feira, 5 de março de 2013

voltar aqui. . . voltar aqui é estranho. sentir a vontade de voltar aqui é bom. voltar aqui é estranho mas já que aqui estou toca a desfrutar. desfrutar de poder escutar musica e guardar dentro de mim a vontade de ta enviar. ou de te falar dela daqui a uns tempos. voltar aqui é estranho mas é uma parte de mim que me traz de novo a estas palavras. a estas memórias, a esta vontade de te dizer coisas memso não estando ao teu lado, memso nao vendo os teus olhos... voltar aqui contigo em mente é dos melhores exercicios que posso fazer. limpar a cabeça de coisas más e ficar com as boas, como o album de fotos que está inacabado. o album de memorias que lá ao longe são tão bonitas. as memórias de aqui perto estão turvas, indelicadas, indefinidas. voltar aqui é estranho mas acaba por ser das melhores sensações do mundo. como quando enviava cartas de amor e ficava à espera e a perceber se tinham ou não sido lidas. enviei cartas de amor quando tinha 14 anos. escrevia uma por dia. mas depois acabou. o meu amor seguiu mas o dela não. o tempo nunca mais foi o mesmo e a distancia matou e apagou as letras, as cassetes, as cartas. hoje as cartas não se querem destruidas. ficam aqui, para sempre, e os videos tambem. e as palavras essas mantem.se estáticas, puras, emotivas. penso em ti e se algum dia irás ler isto que escrevo. como uma carta de amor. lisboa, terça feira 19:17, oiço o bill fay e penso no tempo que quero que acabe e que não destrua as palavras. já agora, que se complete o album que está por acabar. . . . .